Notas sobre a corrupção em Portugal

Sendo certo que o investimento detesta países corruptos, a atratividade da nossa economia fica aquém do que podia, penalizando os agentes económicos
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São inúmeros os escândalos de corrupção que se sucederam nos últimos anos, alguns com enorme repercussão na comunicação social. Os factos revelados, implicando empresas conhecidas e personalidades públicas, estão a contribuir para a criação de um clima de aparente impunidade que beneficia os mais ricos, que também ou sobretudo por causa desses atos de corrupção são ricos, e que indigna o sacrificado cidadão comum. Esta clivagem da sociedade que contrapõe os ricos e as grandes empresas contra os mais pobres e as menores empresas deveria merecer uma prioridade política, se esta priorizasse a coesão da sociedade e se fosse efetivamente uma constante construção coletiva de regras e instituições destinadas a promover a vida em comum. Mas não tem sido assim. Não é assim quando se despede uma procuradora com mérito reconhecido, quando se subtraem recursos afetos à luta contra a corrupção, quando se criam novas instituições que servem apenas para criar mais empregos a relatives, boys e girls, e quando, enfim, a “cunha”, o nepotismo, o amiguismo, e o clientelismo continuam a ser a regra.

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