Federação de Futebol põe fim a memorando contestado com RTP
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu esta semana desobrigar a RTP do memorando de entendimento assinado em janeiro, alvo de contestação da Comissão de Trabalhadores da estação pública, noticiou o jornal Meios & Publicidade. A decisão é conhecida no mesmo dia que o tema chegou ao debate quinzenal no Parlamento. O Governo já tinha questionado RTP sobre o memorando, informou António Costa.
"A FPF tem enorme respeito pela RTP e por todos os seus trabalhadores. A FPF continuará a estar disponível para analisar as oportunidades de cooperação com a RTP caso a caso, como sempre sucedeu, nomeadamente as que permitam desenvolver o futebol e permitir o acesso dos portugueses, aos que vivem lá fora e na diáspora, aos jogos das seleções nacionais", justificou fonte oficial da Federação, citada pelo jornal de especialidade.
Conhecido em janeiro, o memorando vinha a ser alvo da contestação pela Comissão de Trabalhadores da RTP que pediu ao "Conselho de Administração da RTP com caráter de urgência, acesso ao protocolo, memorando ou contrato, bem como documentação similar, que estabeleça a colaboração entre a empresa e a Federação Portuguesa de Futebol".
Um memorando que foi dado a conhecer depois de notícias sobre a situação laboral de Carlos Daniel, que terá obtido uma licença da RTP ao mesmo tempo que é diretor de conteúdos do canal 11, canal que a Federação Portuguesa de Futebol está a preparar o lançamento nas plataformas de televisão paga ainda este ano.
A Comissão de Trabalhadores pediu ainda "acesso a todos pedidos e processos de licença sem vencimento e requisição de trabalhadores da RTP deferidos e indeferidos dos últimos 4 anos, bem como a sua motivação."
O memorando assinado entre a estação pública e a Federação de Futebol levou o Governo a questionar a administração da estação pública. "Como se explica que a RTP participe numa iniciativa que é concorrencial da sua atividade e de outros canais as quais a RTP tem que manter uma concorrência leal", questionou António Costa, durante o debate quinzenal no Parlamento, citado pela TSF.
Respondendo as questões colocadas por Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, que considerou "uma medida gravíssima" a televisão pública ter estabelecido um protocolo com a Federação para cedência de instalações e de trabalhadores da delegação Norte, o primeiro-ministro informou que os ministros das Finanças e da Cultura já tinham enviado cinco perguntas ao Conselho de Administração da RTP, frisando o acordo "não foi do conhecimento prévio do Governo".