Humberto Pedrosa e o filho deixam administração da TAP

Líder da Barraqueiro e acionista privado renunciou aos cargos administrativos que ocupava na TAP. David Pedrosa também sai.
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Humberto Pedrosa e o filho, David Pedrosa, renunciaram aos cargos que ocupavam na TAP. "O Senhor Comendador Humberto Manuel dos Santos Pedrosa e o Senhor David Humberto Canas Pedrosa apresentaram, no dia 30 de setembro de 2020, a sua renúncia aos cargos de administração exercidos na TAP - Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, S.A. ("TAP, SGPS"), na TAP - respetivamente como Presidente e Vogal - e nas demais sociedades do Grupo TAP onde exercem funções de administração", pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.

A saída de Humberto e de David Pedrosa deve-se a "eventuais implicações, em avaliação, nas atividades desenvolvidas pelo Grupo Barraqueiro, da prevista reorganização da participação acionista na TAP, SGPS do Estado Português. O Senhor David Humberto Canas Pedrosa continuará a colaborar com a TAP, em concreto no processo de reestruturação, mantendo o Grupo Barraqueiro o seu compromisso com o Grupo TAP enquanto seu acionista de referência".

Na sequência destas saídas, a TAP decidiu a 30 de setembro eleger José Manuel Silva Rodrigues e Alexandra Margarida Vieira Reis "para as funções de Vogal do Conselho de Administração da TAP, em ambos os casos para o período remanescente do mandato em curso (triénio 2018-2020). Mais se informa que a Senhora Alexandra Margarida Vieira Reis assumirá também as funções de Vogal da Comissão Executiva da TAP".

Em comunicado, a TAP indica ainda que "relativamente à TAP, SGPS e às sociedades por esta maioritariamente participadas, o Senhor Comendador Humberto Manuel dos Santos Pedrosa e o Senhor David Humberto Canas Pedrosa foram também substituídos, respetivamente, pelo Senhor José Manuel Silva Rodrigues e pela Senhora Alexandra Margarida Vieira Reis".

A TAP, à semelhança do que acontece com várias companhias aéreas à escala mundial - a United Airlines e a American Airlines vão despedir 32 mil pessoas - através um período difícil que se deve nomeadamente à quebra da procura provocada pela pandemia de covid-19. A companhia aérea portuguesa, cuja maioria do capital pertence agora ao Estado, está a receber um pacote de Ajuda de Estado, negociado com o Bruxelas, e que pode ascender até 1,2 mil milhões de euros.

Face a esse pacote de ajuda, a transportadora terá de apresentar um plano de reestruturação à Comissão Europeia até dezembro, embora a ambição do governo é fazê-lo antes dessa data. No âmbito deste plano, a TAP poderá ter de encolher tanto em número de rotas, como em número de funcionários.

Esta semana, a empresa atualmente liderada por Ramiro Sequeira comunicou ao mercado que, no primeiro semestre deste ano, registou prejuízos de 582 milhões de euros, sendo que os prejuízos do grupo TAP superaram os 600 milhões de euros.

Também nos últimos dias, o Jornal de Negócios avançou que a TAP conseguiu poupanças de cerca de mil milhões de dólares na sequência da renegociação de contratos com a Airbus para a entrega de aviões.

Ana Laranjeiro é jornalista Dinheiro Vivo

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