Governo lança concurso de 819 milhões de euros para adquirir 117 novas automotoras elétricas

É "a maior compra de sempre" da operadora, segundo o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.
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O Governo aprovou esta quinta-feira um concurso para a aquisição de 117 novas automotoras elétricas pela CP, num valor de 819 milhões de euros, a "maior compra de sempre" da operadora, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

O concurso foi aprovado em Conselho de Ministros, sendo que o Governo espera que o primeiro comboio chegue em 2026 e que a totalidade das composições esteja em circulação em 2029.

De acordo com Pedro Nuno Santos, o executivo pretende lançar o concurso este ano e adjudicar o contrato em 2022. "Teremos sempre cerca de três anos e meio a quatro anos para o primeiro comboio ser entregue", disse, explicando que, assim, a primeira composição deverá chegar em 2026 e "a uma cadência de três por mês" o processo deverá estar concluído até 2029.

Os comboios serão direcionados às zonas urbanas e ao serviço regional, com o governante a realçar que se soma a estas composição a calendarização do financiamento da compra de mais 22 comboios já previstos e adjudicados aos suíços da Stadler.

O ministro adiantou que o objetivo deste concurso é "substituir material obsoleto, dar resposta à procura presente que hoje já coloca uma grande pressão da procura", recordando ainda que se soma a este procedimento mais 22 comboios, cujo concurso tinha sido lançado há algum tempo, adjudicadas à empresa suíça Stadler.

O Governo aprovou ainda a criação de um centro de competências onde se fará investigação e formação na área da ferrovia, em Guifões, Matosinhos, perto das oficinas da CP - Comboios de Portugal.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, fica assim autorizada a implementação da Associação Centro de Competências Ferroviário, sem fins lucrativos, que integra a CP - Comboios de Portugal, a Infraestruturas de Portugal, o Metropolitano de Lisboa, o Metro do Porto e o IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação.

Pedro Nuno Santos explicou que, a par do grande investimento na compra de comboios, o Governo acredita que era preciso "aliar a esta aquisição a uma estratégia industrial".

"Já que vamos fazer um elevado investimento na aquisição de comboios", o executivo quer que este "tenha consequências na indústria nacional".

Por isso, o caderno de encargos deste concurso tem como objetivo "garantir que uma parte considerável da produção de comboios fornecidos a Portugal tenham incorporação nacional", adiantou o ministro.

"Todos os países europeus estão a investir na infraestrutura ferroviária e no material circulante e queremos que Portugal possa participar neste importante setor económico", referiu Pedro Nuno Santos.

Além disso, os ministérios das Finanças e da Infraestrutura e Habitação assinaram um despacho conjunto que permite à Infraestruturas de Portugal (IP) lançar todos os procedimentos concursais necessários para a elaboração dos estudos para a concretização do próximo ciclo ferroviário, adiantou o ministro.

"Estamos a executar com o Ferrovia 2020, que terá se ser finalizado até 2023, mas queremos começar a preparar o próximo ciclo de investimentos", disse.

O ministro revelou ainda que este investimento será financiado por instrumentos comunitários, mas não pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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