Governo admite 500 milhões para a TAP em 2021
O governo admite "à cautela" que seja necessário injetar 500 milhões de euros na TAP no próximo ano. A proposta de Orçamento do Estado para 2021 indica que, neste ano de 2020, a companhia aérea - atualmente maioritariamente detida pelo Estado - "deverá utilizar a totalidade dos 1200 milhões de euros de empréstimo do Estado, o que lhes permitirá enfrentar com mais confiança as necessidades do início do ano económico de 2021".
O setor da aviação civil é um dos mais afetados pela crise económica provocada pela pandemia de covid-19. A incerteza que envolve este setor é grande e por isso, no OE para 2021, o Executivo indica que "o valor necessário para 2021 é ainda incerto" devido a três fatores.
O primeiro aspeto é a evolução da pandemia e efeitos sobre a procura pelo transporte aéreo. Em segundo lugar, os montantes necessários pela companhia aérea estará dependente do "efeito das opções que vierem a ser adotadas no plano de reestruturação, quer quanto à reestruturação financeira, quer quanto à redefinição do posicionamento estratégico da companhia".
E, por fim, quanto à "atuação transversal ao nível europeu no apoio ao setor, bem como o resultado da apresentação/notificação à Comissão Europeia do plano de reestruturação".
Neste contexto de incerteza, "e por uma questão de cautela" dado o papel que a TAP tem para a economia portuguesa, no Orçamento do Estado para 2021 "o valor previsto para garantias, acomoda 500 milhões de euros a conceder eventualmente para que a empresa, apesar da crise do setor se possa financiar em mercado, sempre no âmbito da aplicação de um plano de reestruturação que possa criar as condições para a sustentabilidade e competitividade da empresa".
Ana Laranjeiro é jornalista do Dinheiro Vivo