Galp teve lucro de 26 milhões no primeiro trimestre do ano
A Galp registou um lucro de 26 milhões de euros no trimestre do ano, uma quebra homóloga de 13%, segundo os resultados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo os resultados do primeiro trimestre, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 6% relativamente ao período homólogo para 499 milhões de euros.
A Galp refere que os resultados das empresas associadas foram neutros após a venda da participação na GGND, "sendo o contributo da participação da Galp nos gasodutos internacionais anulado pelos resultados negativos da joint venture espanhola de renováveis, dada a sua maturidade de desenvolvimento inicial".
Em outubro de 2020, a Galp acordou com a Allianz a venda de 75,01% da sua participação na GGND, com base no preço acordado de 368 milhões de euros. A conclusão da transação ocorreu no primeiro trimestre deste ano, tendo a Galp recebido 343 milhões, com os restantes 25 milhões esperados no segundo trimestre do ano.
O 'cash-flow' operacional ajustado subiu 46% para 445 milhões de euros, "no seguimento da melhoria do contexto verificado no segmento 'upstream', o qual mais do que compensou a contração sentida no 'downstream'", refere a empresa.
A produção 'working interest' diminuiu 5% em termos homólogos, para 125 mil barris/dia, "impactada por restrições operacionais e logísticas offshore". A produção de gás natural representou 10% da produção total.
No Brasil, a produção diminuiu 3% em termos homólogos, para 112,2 mil barris/dia, "com o contínuo ramp-up das FPSOs Berbigão/Sururu e Atapu a mais do que compensar as restrições offshore", refere a empresa, acrescentando que em Angola a produção diminuiu 20%, para 11,3 mil barris/dia, "no seguimento da menor contribuição de Kaombo e do declínio natural do Bloco 14".
A dívida líquida ao final do primeiro trimestre era de 1.552 milhões, uma redução de 4% relativamente ao período homólogo.
Em termos comerciais, as vendas de produtos petrolíferos caíram 25% em termos homólogos, "refletindo a redução da procura no mercado íbérico, nomeadamente nos segmentos de aviação, marinha e retalho, como consequência das medidas de confinamento e do ambiente económico menos favorável", explica a Galp.
A empresa adianta ainda que os volumes de gás natural vendidos diminuíram 26% em termos homólogos e s vendas de eletricidade subiram 6% no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo período de 2020.
As matérias-primas processadas durante o período na refinaria de Sines caíram 26%, também impactadas por algumas restrições operacionais no sistema, recorda a Galp, lembrando que todos os indicadores de Refinação & Midstream para 2021 excluem a contribuição das atividades de refinação de Matosinhos, que a empresa decidiu descontinuar.
O crude representou 85% das matérias-primas processadas.
A atual capacidade instalada de geração renovável da Galp é de 926 MW, numa base de 100%, dos quais 914 MW em projetos solares e o restante proveniente de um parque eólico de 12 MW em Portugal. Todas as plantas de solar voltaram a operar normalmente no final do trimestre, refere a informação enviada para a CMVM.
Num comunicado enviado às redações, o novo presidente da Comissão Executiva do grupo, Andy Brown, disse que estes resultados trimestrais, "alcançados em condições macro ainda muito desafiantes", mostram "uma saudável melhoria, mesmo se comparados com os do mesmo trimestre de 2020, quando apenas tínhamos sentido o impacto inicial dos extraordinários acontecimentos desse ano".
"A posição financeira da Galp melhorou e as medidas que tomámos para ajustar o nosso portfolio e para incutir disciplina nos custos tornaram-nos mais fortes para os desafios que ainda temos pela frente", acrescentou.
Andy Brown considerou ainda que "a viagem continuará a ser dura", mas mostrou-se confiante de que Galp está bem posicionada "para prosperar através da transição energética e para criar um futuro do qual nos possamos orgulhar".