Fechada compra da Brisa. Novos donos são de três países
Está fechada a compra da Brisa. A partir desta terça-feira, a concessionária de autoestradas vai ter como principais acionistas três investidores, dos Países Baixos, Suíça e Coreia do Sul, segundo o comunicado enviado às redações esta terça-feira. Vasco de Mello mantém-se como presidente do conselho de administração; António Pires de Lima é o novo presidente executivo da empresa.
O consórcio de investidores adquiriu um total de 81.1% dos direitos de voto da Brisa ao grupo José de Mello e ao fundo de infraestruturas Arcus. A operação avalia a concessionária de autoestradas em mais de 3 mil milhões de euros; ou seja, a operação terá valido 2,43 mil milhões de euros.
A operação foi concluída esta terça-feira depois de o regulador europeu ter confirmado a decisão de não-oposição a esta compra.
O consórcio de investidores é liderado pela gestora de ativos dos Países Baixos APG e conta também com o serviço nacional de pensões da Coreia do Sul (NPS) e a gestora de ativos Swiss Life.
"É com muito entusiasmo que vou começar a trabalhar, em conjunto com a nova administração da Brisa, os nossos colaboradores, acionistas e parceiros de negócio, para ir ao encontro das mudanças que estão a acontecer na área da mobilidade, que vão levar à convergência dos transportes, energia e telecomunicações numa experiência única para os nossos clientes", referiu Pires de Lima, citado no comunicado.
O responsável da APG espera investir mais de 1,2 mil milhões de euros nos próximos 15 anos para a Brisa poder fazer a "manutenção e melhoria da rede rodoviária" e também apostar no "desenvolvimento de novas soluções de mobilidade".
A Brisa é a maior concessionária de autoestradas em Portugal, num total de 21. Também foi a responsável pelo nascimento do sistema eletrónica de cobrança de portagens Via Verde. Nos últimos anos, a empresa tem apostado no desenvolvimento de novas soluções de mobilidade, como uma aplicação para pagar o estacionamento e uma solução para encontrar os transportes públicos nas cidades.
A venda do negócio da Brisa fica fechada depois de o tráfego nas autoestradas ter caído 31,8% no primeiro semestre, por conta da pandemia do novo coronavírus.