Emprego no 2.º trimestre cresce 0,8% face a 2019. Mas mais desempregados
O segundo trimestre garantiu a recuperação do nível de emprego, indica nesta quarta-feira o INE, a dar conta de mais de 4,8 milhões de postos de trabalho ocupados, num incremento de 0,8% (mais 36,3 mil empregados) face ao mesmo período de 2019.
Comparando com o segundo trimestre de 2020, período em que a pandemia embateu com força em Portugal e provocou a maior destruição de emprego, o emprego sobe 4,5%, com mais 208,9 mil pessoas empregadas. Já por comparação com o primeiro trimestre deste ano, marcado por novo confinamento severo e nova deterioração no mercado de trabalho, o ganho é de 2,8%, com mais 128 mil postos de trabalho ocupados.
Com a população ativa já restabelecida, alcançando mesmo níveis superiores aos registados no segundo trimestre, a taxa de emprego surge agora nos 55,3%, em nível equiparável ao do período anterior à pandemia, e mesmo algumas décimas acima dos 55% de emprego registado no segundo trimestre de 2019.
Porém, os dados totais do desemprego não indiciam ainda uma recuperação completa. O INE estima 345,7 mil desempregados no segundo trimestre deste ano, ainda 5,2% acima do número do mesmo trimestre de 2019, havendo mais 17,2 mil ativos sem trabalho do que então.
Relativamente ao segundo trimestre do ano passado, quando o confinamento fez transitar milhares para a inatividade pela incapacidade de procurar emprego, os dados desta quarta-feira mostram uma subida de desempregados em 24,2%, mais 67,3 mil.
Em cadeia, comparando com o primeiro trimestre deste ano, a população desempregada recua 4%, em 14,4 mil indivíduos. Isto, depois de os dados mensais mais recentes terem vindo a dar conta do aumento de desempregados antes classificados como inativos.
No grupo da subutilização do trabalho - constituído por desempregados, desencorajados, por quem está temporariamente impedido de procurar trabalho e ainda por part-timers que procuram trabalho a tempo completo - contam-se agora 654,2 mil pessoas (746,4 mil no primeiro trimestre). Comparam com 745,1 mil no segundo trimestre de 2020, e 673,4 mil no mesmo período há dois anos.
O principal contributo para esta diminuição nas bolsas de trabalho subutilizado foi a redução de desencorajados - inativos disponíveis mas que não procuram emprego. Eram no segundo trimestre 148,4 mil, comparando com 311,7 mil um ano antes, e 212,2 mil no primeiro trimestre. No período comparável anterior à pandemia, há dois anos, eram 176,9 mil.
A taxa de subutilização do trabalho ficou no segundo trimestre em 12,3%, enquanto a taxa de desemprego se fixou em 6,7% a nível nacional, com elevadas disparidades regionais. No Algarve, permanece ainda nos 10,2%, tendo em termos trimestrais subido no Alentejo (7,9%) e caído sobretudo na Zona Norte (para 6,3%) e Madeira (para 8,4%).
O ministro da Economia considera que os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao segundo trimestre deste ano mostram capacidade de criação de emprego, o que é "um sinal de vitalidade da economia".
Numa declaração enviada à comunicação social, Pedro Siza Vieira refere que "a capacidade de criação de emprego é um sinal de vitalidade da economia", acrescentando que as "novas empresas, empresas que crescem ou empresas que retomam a sua atividade são aquelas que contratam pessoas, porque sabem que vão ter clientes que podem necessitar dos seus serviços".
"A população empregada em Portugal neste período é o máximo histórico e ultrapassou mesmo os valores do segundo trimestre de 2019", salientou, dando conta de que, "neste momento, há 4,810 milhões pessoas a trabalhar em Portugal. São mais 128 mil pessoas do que no trimestre anterior", salientou, acrescentando considerar serem números "impressionantes".
De acordo com o ministro, "o setor dos serviços, o mais afetado pela pandemia criou só por si mais 100 mil empregos dos quais 25 mil nos setores do alojamento, restauração e similares".