EDP vende seis barragens por 2,2 mil milhões de euros
A EDP já concretizou a venda das seis barragens que detinha no Douro. Em comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por António Mexia informou que as centrais hídricas foram vendidas por 2,2 mil milhões de euros a um consórcio composto pela Engie, o Crédit Agricole Assurances e a Mirova - Grupo Natixis.
As barragens de Miranda, Bemposta, Picote, Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro têm uma capacidade instalada total de 1689 MW.
A venda das centrais hídricas era um dos objetivos do plano estratégico da empresa para 2019. "Esta transação tem como objectivo a optimização do portefólio, reduzindo a exposição à volatilidade hídrica e de preço de mercado, reforçando o perfil de baixo risco do negócio e o nível de endividamento", explica a EDP.
O montante encaixado está dentro das expetativas. Na nota emitida ao mercado, a EDP detalha que em 2018, o EBITDA das seis centrais foi de 154 milhões de euros.
A transação estará concluída no segundo semestre do próximo ano, uma vez que o negócio está pendente das aprovações societárias e regulatórias necessárias. O consórcio de investidores é liderado pela francesa Engie, que detém 40% da sociedade. O Crédit Agricole Assurances detém 35% e a Mirova é dona de 25% do consórcio.
Na nota emitida ao mercado, a EDP refere que nos últimos 12 anos "executou um plano de construção e repotenciação de centrais hídricas em Portugal, aumentando a sua capacidade instalada no país em 2,6 GW". Depois desta venda, "a EDP manterá a sua posição de liderança em Portugal, com uma capacidade de geração hídrica instalada de 5,1 GW e continuará a ser o segundo maior operador hídrico na Península Ibérica".
Como o DN/Dinheiro Vivo avançou em agosto, a Engie, a Iberdrola e a Endesa estavam na corrida à compra das barragens da EDP no Douro. No início de dezembro, a espanhola Iberdrola era dada como a mais bem posicionada para concretizar o negócio.
Em maio, a EDP e a Engie assinaram um memorando de entendimento estratégico para criar uma joint-venture no segmento eólico offshore.
Ana Sanlez é jornalista do Dinheiro Vivo