Dubai procura "empresas portuguesas para investir"

Em Portugal até dia 9 em missão empresarial, sheik do Dubai falou ao DN do potencial investimento.
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Mohammed Bin Maktoum Bin Juma Al Maktoum, sheik do Dubai e CEO do Grupo MBM, a holding de investimento da família real daquele emirado, chegou a Portugal há dois dias e na bagagem trouxe a vontade de captar a atenção das empresas portuguesas para o potencial de um mercado que se quer desenvolver como hub empresarial de toda a região.

"O Dubai é já um hub muito relevante na promoção de negócios na área dos Emirados Árabes Unidos e mais além, no Hindustão e na costa oriental africana, onde ainda temos presença limitada e há oportunidades significativas", confirmava ao Dinheiro Vivo o secretário de Estado para a Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, por ocasião da abertura da ExpoDubai. E esta visita a Lisboa e Porto é uma espécie de certificado de que o interesse é mútuo.

Em Lisboa para arrancar com uma série de encontros empresariais e institucionais, o sheik assume, em entrevista ao DN, a vontade de fortalecer os laços entre os dois países, oficializando nesta missão empresarial um conjunto de acordos com empresas nacionais que pretendam exportar os seus produtos ou investir no Dubai. Mas também revela o interesse do Grupo MBM em encontrar oportunidades de negócio que aqui possam ganhar vida, com particular atenção aos setores têxtil, loiças, transportes, imobiliário e turismo.

Nesta ambição de estreitar laços entre Portugal e Dubai, terá papel de destaque a Aquila, empresa criada pelo Grupo MBM e Mohammed Bin Maktoum Bin Juma Al Maktoum para dar vida e força a investimentos e empresas portuguesas que possam desenvolver-se no âmbito destas parcerias.

Que tipo de empresas portuguesas teriam interesse para o Dubai? Ou que perfil de negócios está o país interessado em atrair?
Lançámos em a Dubai Industrial Strategy 2030 (estratégia industrial) para transformar o emirado numa plataforma global baseada em negócios focados no conhecimento, na sustentabilidade e na inovação. Esperamos ver sobretudo empresas nas áreas da saúde, fintechs e energias renováveis a captar investimento. Adicionalmente, procuramos transformar o Dubai num hub produtivo para toda a região. E temos assistido a inúmeros casos de sucesso de empresas que aqui se instalaram e conquistaram investimentos e interesse.

A presença portuguesa na Expo Dubai ajudou a captar atenções e tornar Portugal mais visível? Que valores e oportunidades podiam desenvolver-se a este nível?
Foi fantástico ver Portugal na Expo e claro que isso captou as nossas atenções. Estamos aqui com a minha parceira de negócios, Carla Maia, e pretendemos concretizar múltiplas oportunidades de negócio benéficas para ambas as partes. Estamos também ativamente à procura de parcerias fortes que possam garantir um maior desenvolvimento das relações comerciais entre os nossos dois países.

Nesta visita, passa por Lisboa e Porto. Há empresas que já traz sinalizadas para esse investimento? Ou setores de atividade a que esteja mais atento?
Temos reuniões marcadas com várias empresas interessantes nas quais queremos investir ou construir relações estratégicas, nomeadamente ajudando-as na sua entrada no mercado do Dubai e consequente expansão a toda esta região. Nessa lógica, estamos também a começar a discutir passos estratégicos que possam ser significativos para a missão da Aquila, sediada no Porto e cujo objetivo é apoiar a expansão de empresas portuguesas para o Dubai.

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