Desta janela minimalista vê-se o mundo todo
Amarca é portuguesa, mas foi criada na Suíça, o país que inventou o conceito de janelas minimalistas, precisamente para se afirmar no mundo neste exigente mercado: o das janelas panorâmicas, com perfis mínimos de caixilharia, que exploram as propriedades autoportantes dos vidros. A Jofebar, do grupo Activa, é a produtora das janelas PanoramAH!, com clientes em meia centena de países. E não só foi responsável pela produção e instalação da maior janela panorâmica do mundo, colocada numa casa particular no Reino Unido, como está a investir na expansão da sua fábrica, na Mealhada, para passar a produzir janelas com quase 30 metros quadrados de superfície.
A janela instalada no Reino Unido é composta por quatro painéis de vidro que pesam, cada um, três toneladas cada. O segredo está, garante Sara Nunes, administradora da empresa, não só na caixilharia minimalista que desenvolve, mas no sistema de automatismo que permite controlar e movimentar estas janelas "sem qualquer esforço".
Atualmente, a empresa tem capacidade para transformar vidro - Portugal não produz vidro, importa-o todo e é, posteriormente, trabalhado e transformado cá -, de uma peça única de dimensão máxima de 19 metros quadrados. Com a instalação da nova linha de corte, esse tamanho cresce para 30 metros quadrados. Um investimento de cinco milhões, que está em curso, e que incluiu a expansão das instalações na Mealhada, cuja área de produção é, agora, de 15 mil metros quadrados.
A Jofebar tem 240 trabalhadores, dos quais 114 no polo da Mealhada. O plano de investimento implica a criação de 32 novos postos de trabalho, 20 dos quais já entraram. Os restantes entram no final do ano com o arranque da nova linha de produção. O grupo conta ainda com empresas comerciais e instaladores próprios na Suíça, no Reino Unido e em Espanha, bem como unidades de transformação de vidro, em parceria com entidades locais, no México e na Índia.
"O volume de obra que temos nestes mercados justificou esta expansão para podermos responder, com maior celeridade, às exigências", explica Sara Nunes. A janela minimalista assegura 60% dos 40 milhões de euros que o grupo faturou em 2016. Os mercados externos são responsáveis por 80% do negócio.
Um hotel da cadeia W na cidade de Jafa, em Israel, outro do grupo Hyatt, em Dakar, capital do Senegal, ou o Hortakoy Hotel em Istambul, capital da Turquia, são algumas das obras que contam a história das janelas PanoramAH!. Em Portugal, estão presentes em obras como as do Hotel Monverde, na Lixa, ou do MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa. Além das janelas minimalistas, a Jofebar faz também obras de fachada e caixilharia de grandes dimensões, como o futuro centro de engenharia genética e biotecnologia em Cuba ou o Gulf Bank, na Argélia.
A empresa tem trabalhado com alguns dos melhores e mais premiados arquitetos do mundo. "Percebemos que, desde 2002, a procura de arquitetos era enorme e a oferta reduzida. E, como já tínhamos uma capacidade técnica e produtiva muito grande nas fachadas e caixilharia, decidimos apostar neste nicho de mercado. Trabalhamos, desde sempre, de forma muito próxima com os gabinetes de arquitetura, o que nos permite trabalhar para desenvolver soluções para desafios, aparentemente, insolúveis", diz a filha do fundador do grupo.
E o que distingue a Jofebar e a PanoramAH! do seu principal concorrente, uma empresa suíça? "A verticalização do produto. Nós somos o único interlocutor, desde o vidro, ao desenvolvimento do sistema de rolamentos e automação, passando pela instalação do produto. Fechamos o ciclo."