A despesa com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde ultrapassou os 1760 milhões de euros em 2022, mais 12,1% do que no ano anterior, com o valor gasto em psicofármacos a duplicar para 35 milhões..De acordo com o relatório do Infarmed relativo à monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar no ano passado, a despesa nos hospitais do SNS atingiu os 1762,1 milhões de euros (M€), mais 190,9 milhões (+12,1%) do que em período homólogo..As áreas terapêuticas com maior despesa foram a oncologia, com 549,9 M€, uma subida de 47,7 M€(+9,5%), seguido da amiloidose (doença rara), com 57,2 M€, uma subida de 20,6 M€(+56%). Com 35,4 M€, os psicofármacos foram a terceira área terapêutica com maior aumento da despesa, com mais 18,6 milhões gastos (+ 111%) em relação ao ano anterior..Os medicamentos com maior aumento da despesa foram os do VIH (Lamivudina+Dolutegravir), que custaram aos hospitais do SNS 33,4 M€, mais do que triplicando a despesa (+238%; +23,5 milhões), o Tafamidis (Amiloidose), cujos gastos duplicaram para 35,7 milhões (+18,3 M€), e o Pembrolizumab (para vários tipos de cancro), que custou 59,5 M€, mais 17,2 milhões (+40,4%) do que no ano anterior..O relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde indica que, no ano passado, a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que teve um maior aumento da despesa a nível hospitalar (+100 M€), seguida pela região Norte (+55 M€)..Quanto à despesa por área de prestação, a consulta externa e produtos cedidos no exterior lideram a lista, com 789,1 milhões (+11%), seguidos pelo hospital de dia (638,1 M€; +14%), o internamento (170 M€; +9,7%) e o bloco operatório, com 42,7 milhões (+2,45). Nos Meios Complementares de Diagnóstico,os hospitais consumiram em medicamentos 31 milhões e na urgência 20,8 milhões..As classes terapêuticas com maiores despesas nos hospitais do SNS foram os imunomoduladores, que ultrapassaram os 553 milhões de euros (+9,7%), os antivíricos, com um gasto superior a 217 ME (+4,9%) e os citotóxicos, que custaram aos hospitais públicos mais de 210 milhões (+6,2%)..As substâncias ativas com maiores encargos para os hospitais do SNS foram a Imunoglobulina Humana Normal (62,4 M€; +18,5%), Pembrolizumab (para vários tipos de cancro), onde foram gastos mais de 59,4 milhões (+40,7%) e o Ustecinumab (para a doença de Crohn), com uma despesa de 37,3 M€ (17,3%)..Nos medicamentos órfãos (para doenças raras) os hospitais do SNS gastaram 286,4 milhões de euros no ano passado, uma subida de 34,3% (+ 73,1 M€) relativamente ao período homólogo..Em março, o Infarmed já tinha divulgado que a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos em ambulatório teve em 2022 a maior subida dos últimos nove anos, ultrapassando 1.567 milhões de euros (+9,6%), e a dos utentes subiu 7,4%..Segundo os dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, no ano passado, a despesa do SNS com medicamentos atingiu os 1.567,6 M€, mais 137,3 milhões do que em 2021. Já os gastos dos utentes ultrapassaram os 816 M€, mais 56 milhões do que em período homólogo.