A "Uber das casas". Kazzify entra no mercado português com comissão fixa e visitas virtuais

Não quer ocupar o lugar das agências tradicionais, mas promete ser uma alternativa mais barata. A Kazzify entra esta terça-feira no mercado para "revolucionar" o imobiliário.
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São cinco fundadores, com experiência no ramo, e nos últimos meses empenharam-se na procura de soluções capazes de "abanar" o tradicional mercado de compra e venda de casas em Portugal.

Optaram por um modelo que já faz sucesso lá fora há alguns anos e rapidamente perceberam, através do boca-a-boca, que a ideia tinha pernas para andar. Há cerca de um ano, começaram a desenvolver a plataforma, também para agarrar o bom momento que o setor atravessa.

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Vasco Pereira Coutinho, empresário e um dos fundadores da Kazzify, descreve a startup como "uma mediadora virtual que se quer afirmar como alternativa às imobiliárias tradicionais".

"Todas as transações são feitas online. É uma plataforma que quer implementar no imobiliário o mesmo tipo de inovação que já foi aplicado a setores como a banca ou os transportes, retirando fases da intermediação", explica o empresário.

Ainda assim, Vasco Pereira Coutinho não vê a Kazzify como concorrência ou ameaça às mediadoras tradicionais. "Diria que é um complemento. Acredito que a mediação tradicional está para ficar. Acho que somos uma alternativa face às opções e necessidades atuais do mercado".

A "Uber" das casas

O objetivo da Kazzify é "simplificar ao máximo o processo de intermediação na venda de uma casa". Entre os passos da intermediação que a empresa quer eliminar estão as "visitas desnecessárias" a imóveis, que "muitas vezes acontecem porque o trabalho com o cliente não é bem feito".

Os líderes da empresa fizeram uma "aposta grande" na compra de máquinas fotográficas vindas dos Estados Unidos, que fazem o levantamento virtual de imagens do imóvel com o objetivo de "filtrar os clientes". Ou seja, "só partem para a visita ao imóvel quando têm mesmo a certeza de que é aquilo que procuram".

Mas o grande chamariz da startup vem escrito em números. Quem vender o seu imóvel através da "Uber" das casas sabe de antemão que irá pagar uma comissão fixa de 1999 euros, já com IVA incluído. Que só é paga se a casa for mesmo vendida. "Numa imobiliária a comissão típica é de 4% ou 5%", destaca o responsável.

Segundo o simulador disponível na plataforma, a poupança pode chegar aos milhares de euros, em comparação com um negócio efetuado numa imobiliária tradicional.

Se uma casa for vendida por 150 mil euros e a comissão cobrada for de 5% mais IVA, a poupança chega aos 7226 euros, de acordo com o simulador. Já uma venda de 210 mil euros com uma comissão de 4%, mais IVA, traduz-se numa poupança de 8333 euros.

Para já, o catálogo da Kazzify dispõe apenas de sete imóveis, mas Pereira Coutinho garante que após o lançamento "vai entrar um conjunto enorme" de imóveis na plataforma. São provenientes de pessoas singulares, bancos e fundos, detalha o fundador.

A startup nasce com uma equipa de cinco pessoas é financiada por capitais próprios, mas os planos de expansão são ambiciosos. Segundo Vasco Pereira Coutinho, a Kazzify quer "crescer lá fora" e tornar-se numa referência mundial do setor.

Para isso, está já a ser preparado um roadshow, nacional e internacional, durante o qual a empresa vai procurar investidores. Conforme for crescendo, Pereira Coutinho espera "contratar muita gente".

A empresa não adianta quais as metas de vendas e faturação, mas os fundadores, que incluem Marta Gonçalves, Diogo Pereira Coutinho e João Quintanilha, estão "muito otimistas" quanto ao sucesso da empresa, porque ainda antes do lançamento "a recetividade foi fantástica".

O fundador da Kazzify não define um público-alvo para a startup, já que entre os contactos que tem recebido está gente de todas as faixas etárias. "Se a plataforma for simples e intuitiva, acreditamos que terá a adesão de todos". O importante, adianta, é descomplicar.

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