BCE: Exposição da banca do Euro ao Credit Suisse é mínima
A instituição, liderada por Christine Lagarde, afasta ainda uma corrida aos depósitos, segundo as conclusões da reunião de emergência realizada esta manhã para avaliar os riscos da turbulência bancária.
As ondas de choque provocadas pelo tombo, em bolsa, das ações do Credit Suisse, pelo risco de insolvência do First Republic Bank e pelo colapso do Silicon Valley não deverão afetar a banca do Euro. É pelo menos essa a convicção do Banco Central (BCE). No final da reunião de emergência realizada esta amanhã para avaliar os riscos da turbulência financeira no espaço da moeda única, a instituição, liderada por Christine Lagarde, concluiu que a exposição dos bancos da Zona Euro ao Credit Suisse é mínima, noticia o El Economista, citando a Reuters.
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O BCE afasta ainda uma corrida às contas bancárias. Os supervisores verificaram que não existe uma redução dos depósitos, o que atesta a confiança dos agentes no mercado europeu sistema financeiro, referiu uma fonte à agência noticiosa Reuters.
Esta reunião de emergência, que é já a segunda no espaço de uma semana, ocorreu poucas horas depois de o BCE ter anunciado um novo aumento das taxas de juro de 0,5 pontos. Na altura, o vice-presidente da instituição, Luis de Guindos, transmitiu uma mensagem de tranquilidade: "Os bancos europeus têm capital e os índices de solvência são bons".
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Já no início da semana tinha havido uma reunião extraordinária devido à turbulência no setor bancário que agita as memórias de 2008 quando os problemas nos EUA levaram a uma crise financeira global.
Agora nos EUA, o banco regional First Republic entrou numa situação difícil porque os clientes levantaram uma grande parte dos seus depósitos, o que criou preocupação após o colapso do Sillicon Valley Bank a 10 de março e do Signature Bank a 12 de março.
Na Europa, o banco suíço Credit Suisse tem estado em dificuldades e recebeu uma injeção de capital de 50 mil milhões de francos suíços do Banco Central Suíço para ultrapassar dificuldades de liquidez.
O Credit Suisse é um dos 50 bancos considerados "sistemicamente importantes" para o sistema financeiro internacional.
Salomé Pinto é jornalista do Dinheiro Vivo