África subsaariana cresce apenas 1,6%, metade do ano passado

"Brexit" é um dos principais fatores macroeconómicos responsáveis pela degradação das perspetivas económicas
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O Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a previsão de crescimento para os países da África subsaariana, prevendo agora uma expansão económica de 1,6% este ano, cortando 1,4 pontos na estimativa de abril.

"As previsões de crescimento foram revistas substancialmente na África subsaariana, refletindo as condições macroeconómicas desafiantes nas suas maiores economias, que estão em processo de ajustamento às menores receitas das matérias-primas", lê-se na atualização ao 'World Economic Outlook', hoje publicada.

De acordo com o FMI, esta zona que engloba a maior parte das economias lusófonas vai crescer apenas 1,6%, e não 3%, como previsto, o que representa um abrandamento de 50% face aos 3,3% que terá crescido no ano anterior.

Para o próximo ano, os peritos do Fundo estimam que o crescimento acelere novamente para 3,3%, mas ainda assim bastante abaixo dos 5,1% de crescimento que a média destes países registava antes da descida do preço das matérias-primas, a partir do verão de 2014.

O abrandamento económico sentido nesta região do mundo é mais acentuado que a travagem registada na economia global, que deverá crescer 3,1% este ano e 3,4% em 2017, revelando um corte de 0,1 pontos percentuais face à estimativa de abril.

No relatório, dominado pelas consequências da saída do Reino Unido da União Europeia no seguimento do referendo, o FMI escreve que "o resultado do referendo no Reino Unido, que surpreendeu os mercados financeiros globais, implica a materialização de um risco descendente importante para a economia mundial", o que tem como consequência piores perspetivas económicas para 2016-2017, apesar do desempenho melhor do que o esperado no início de 2016.

O FMI argumenta ainda que piorou as suas expectativas devido ao "aumento considerável da incerteza, incluindo na frente política", alertando que esta incerteza poderá penalizar a confiança e o investimento.

Ainda assim, as projeções hoje apresentadas consideram "a assunção benigna" de que há uma redução gradual da incerteza, que há acordos entre o Reino Unido e a União Europeia que impedem um aumento das barreiras comerciais, que garantem que não há uma disrupção grande nos mercados financeiros e que as consequências políticas do 'Brexit' são limitadas.

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