Aeroporto da Portela terá novo terminal para voos internacionais

ANA vai investir mais em Lisboa do que no Montijo. Obras começam na capital, onde a pista secundária dará lugar a uma nova infraestrutura. São 400 milhões de investimento.

O esgotamento da Portela e a sua extensão para o Montijo tem reunido toda a atenção do setor. Mas é em Lisboa que a ANA - Aeroportos mais vai investir. Ao todo, a gestora aeroportuária deverá aplicar 400 milhões de euros no Aeroporto Humberto Delgado, reservando uma fatia que não deverá ir além dos 250 milhões para o aeroporto complementar, no Montijo.

O maior investimento, apurou o DN/Dinheiro Vivo, será na construção de um novo terminal no aeroporto da Portela, que será uma espécie de ilha no centro da pista. Esta infraestrutura satélite, a construir completamente de raiz, estará ligada por túnel ao atual terminal de passageiros, e servirá os voos internacionais.

O desenho ainda não está totalmente fechado - havendo estudos pela frente -, mas cumpre um projeto já antigo da Vinci que pressupõe o encerramento da pista secundária do aeroporto de Lisboa (13/35) para melhorar os espaços de circulação e escoamento de passageiros. A pista mantém-se em funcionamento por ser a única opção que garante a operação da Portela sempre que existe um fenómeno de "ventos contrários", mas com o Montijo, que acrescenta duas novas pistas a Lisboa, ganha-se nova margem.

Estas obras em Lisboa, sabe o DN/Dinheiro Vivo, estão previstas arrancar mais cedo do que as que serão efetuadas no aeroporto complementar. No entanto, não deverão criar constrangimentos à operação normal em Lisboa.

No Montijo, tudo deverá ser mais lento, desde logo porque o arranque das obras está dependente da realização de um estudo de impacto ambiental - já anunciado pelo primeiro-ministro aos deputados. "É uma viabilidade que está condicionada ainda a dados que só poderemos ter no final do ano, designadamente sobre o impacto de ser uma zona de migração de pássaros", disse António Costa, acrescentando que este tipo de estudos pode demorar vários meses.

No entanto, a meta do governo há muito que está traçada: o Montijo deverá abrir a civis no final de 2018, o mais tardar no arranque de 2019. Até porque o setor tem alertado que, com o tráfego a crescer ao ritmo atual, com recordes de passageiros atrás de recordes, será difícil garantir a operacionalidade da Portela. O limite de tráfego estabelecido no contrato de concessão da ANA era de 22 milhões ao ano; em 2016, o limite já foi foi ultrapassado, graças a um crescimento de 12% no número de passageiros.

Amanhã à tarde, o governo e a concessionária dos aeroportos nacionais assinam o memorando que põe a andar os projetos de estudo para a abertura da base militar a civis. Só quando assinar o acordo que estabelece o Montijo como local para instalar o aeroporto é que a gestora avança com os primeiros desenhos para o terminal. Com este plano diretor ainda por fazer, fontes próximas ao processo admitem que entre os mil hectares de base há um local privilegiado para esta instalação - a antiga base da NATO que ali operou, numa unidade separada à da Força Aérea, antes dos desmantelamentos que foram gerais às várias bases da organização. Como está, o edifício não chega, mas o espaço é visto no setor como um dos mais adequados para a instalação do terminal.

Esta construção será o grande investimento da ANA. Mas o aeroporto no Montijo será sempre visto como uma solução de baixo custo, já que ao nível das pistas há pouco a fazer. Cá fora, e para garantir os acessos, a câmara do Montijo estima que sejam necessários 15 milhões de euros.

Esta questão só ficará totalmente assumida no memorando de amanhã, ainda que o presidente da câmara tenha já adiantado, ao DN/ /Dinheiro Vivo, que o documento não passa ao lado das acessibilidades rodoviárias, ao contrário daquele que foi enviado ainda por Sérgio Monteiro, há dois anos.

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