Reviravolta, VAR e suspense. FC Porto sofreu mas está na final da Taça da Liga
A final da Taça da Liga vai ser discutida no sábado entre o Sp. Braga e o FC Porto. Os dragões venceram nesta quarta-feira o V. Guimarães, por 2-1, num jogo onde estiveram em desvantagem, deram a volta ao marcador e viram mesmo no final o árbitro Jorge Sousa validar um golo aos vitorianos, que depois o VAR numa decisão polémica entendeu reverter por considerar que houve uma falta sobre o guarda-redes Bruno Costa. Por momentos, toda a gente pensou que a meia-final seria decidida no desempate por grandes penalidades...
O FC Porto volta a marcar presença no jogo decisivo desta competição (que nunca conquistou) pela quarta vez - em 2009-10 foram derrotados pelo Benfica, em 2012-13 pelo Sp. Braga e na época passada pelo Sporting no desempate por grandes penalidades. A Taça da Liga é, aliás, o único troféu que falta no museu dos dragões.
Será a sexta final da história entre o FC Porto e o Sp. Braga contabilizando todas as competições, com vantagem para os portistas, que venceram duas das três finais da Taça de Portugal contra os arsenalistas e ainda a Liga Europa de 2010-11, quando as duas equipas portuguesas se encontraram no jogo decisivo, em Dublin, na Irlanda do Norte, com um golo de Falcao a decidir o troféu a favor dos portistas.
O FC Porto entrou em campo com uma grande surpresa no onze, a ausência de Danilo (nem no banco), substituído por Sérgio Oliveira, e com Corona a lateral direito em vez de Manafá. No V. Guimarães, o treinador Ivo Vieira apresentou a equipa esperada, apenas com uma nuance no ataque, surgindo Davidson no lugar de Rochinha.
Depois da derrota caseira com o Sp. Braga, no campeonato, que deixou os dragões a sete pontos do líder Benfica, o FC Porto entrou a tentar pressionar no jogo da competição que há uns anos Pinto da Costa desvalorizava e chegou a apelidar de 'taça da cerveja', mas que agora se tornou um grande objetivo. Mas o Vitória, sobretudo com transições rápidas para aproveitar a velocidade de Edwards e Davidson, manteve o jogo equilibrado.
A primeira oportunidade de golo só surgiu só aos 20 minutos, num remate de meia distância de Uribe, que passou um pouco por cima da baliza de Douglas. E aos 33', Marega testou os bons reflexos do guarda-redes do V. Guimarães.
Nesta altura havia mais FC Porto, apesar de a equipa de Ivo Vieira criar situações de ataque, quase sempre através de desequilíbrios de Edwards. A fechar o primeiro tempo, nova boa oportunidade para os dragões, num cabeceamento de Mbemba, após livre de Alex Telles, a que Douglas se opôs com categoria. E uma grande perdida do V. Guimarães, num remate de Davidson por cima. O intervalo chegou com o FC Porto com mais posse de bola (66%/34%) e mais remates (5), três deles enquadrados.
A segunda parte começou como a primeira - equilibrada, mas sem lances de perigo para as duas balizas, exceção a um livre de Sérgio Oliveira por cima aos 59'. Mas como não há fome que não dê fartura, o jogo proporcionou dois golos no espaço de dois minutos.
Marcou primeiro a equipa de Ivo Vieira, de penálti, por Tapsoba, a castigar falta de Soares sobre Bonatini (lance muito contestado pelos portistas). Mas logo imediatamente a seguir, Alex Telles empatou a partida num grande golo com um remate de longe.
O jogo estava aberto, com o V. Guimarães mais esticado no campo, mas o FC Porto colocou-se na frente do marcador aos 75'. Corona, que com a entrada de Manafá adiantou-se no terreno, fez a assistência (a 13.ª nesta temporada) e Soares picou o ponto.
Até ao final, o V. Guimarães ainda tentou dar a volta aos acontecimentos e até dispôs de boas ocasiões. Primeiro aos 84', valendo a grande defesa de Bruno Costa a um remate de Davidson, e depois mesmo em cima do final, quando o árbitro Jorge Sousa validou o golo de João Pedro, que levaria o jogo para os penáltis, mas que depois o VAR decidiu anular, considerando que João Pedro tocou nas mãos do guardião portista. Uma decisão polémica num lance duvidoso.
A partida terminou logo de seguida, com o FC Porto a sair vencedor diante de um adversário que deu sempre luta. No sábado, os dragões vão discutir com o Sp. Braga a conquista da Taça da Liga, um troféu que lhes foge desde 2007.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Braga.
Vitória de Guimarães-FC Porto, 1-2.
Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: 1-0, Tapsoba, 65 minutos (grande penalidade); 1-1, Alex Telles, 66 e 1-2, Soares, 75.
Vitória de Guimarães: Douglas, Victor Garcia (Rochinha, 83), Tapsoba, Pedro Henrique, Florent, Pêpê, André André (Dénis Poha, 71), Lucas Evangelista (João Pedro, 77), Marcus Edwards, Davidson e Léo Bonatini.
Treinador: Ivo Vieira.
FC Porto: Diogo Costa, Corona, Marcano, Mbemba, Alex Telles, Sérgio Oliveira, Uribe (Manafá, 68), Otávio (Vítor Ferreira, 86), Luis Díaz, Marega (Romário Baró, 78) e Soares.
Treinador: Jorge Silas.
Árbitro: Jorge Sousa (Associação de Futebol do Porto).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Corona (30), Marcano (71), Luis Díaz (89) e Pepê (90+2).
Assistência: 13.102 espetadores.