FC Porto num grupo de reencontros numa Champions que reedita duelo Ronaldo-Messi

Os dragões enfrentam Manchester City, Olympiacos e Marselha, três equipas cheias de portugueses. E atenção que os jogos vão voltar a ter público. A cerimónia do sorteio coroou Lewandowski (Bayern Munique) como melhor jogador do ano.
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O FC Porto ficou no grupo C da Liga dos Campeões, no qual terá pela frente um grupo bastante equilibrado, com Manchester City, Olympiacos e Marselha.

Trata-se de um grupo de reencontros, destacando-se desde logo o regresso de André Villas-Boas ao Dragão, agora como treinador dos marselheses, depois de em 2010-11 ter conquistado o título de campeão nacional, a Taça de Portugal, a Supertaça e a Liga Europa ao serviço dos portistas.

Uma boa notícia é que o Comité Executivo da UEFA autoriza a presença de público nos jogos da Champions, embora apenas 30% da lotação máxima dos estádios.

O adversário mais complicado da equipa de Sérgio Conceição será, no entanto, o Manchester City treinado por Pep Guardiola, que tem ao seu serviço algumas grandes estrelas do futebol mundial como Kevin de Bruyne ou Raheem Sterling.

Isto além dos portugueses Bernardo Silva, João Cancelo e Rúben Dias, contratado esta semana ao Benfica por 68 milhões de euros, todos eles ex-benfiquistas, tal como o guarda-redes Ederson Moraes.

Aliás o setor defensivo foi o mais reforçado por Guardiola para esta época, uma vez que investiu também 45,3 milhões de euros no holandês Nathan Aké (ex-Bournemouth). Aliás, desde que chegou ao clube, o técnico espanhol já investiu 410 milhões de euros só em defesas. O outro reforço dos citizens para esta época foi o avançado Ferran Torres, que chegou do Valência a troco de 23 milhões de euros.

O grande objetivo do Manchester City continua a ser a conquista da Liga dos Campeões, uma prova que não tem no seu currículo, e na qual só por uma vez alcançou as meias-finais, em 2015-16 com o chileno Manuel Pellegrini como treinador. Desde que Guardiola treina os citizens, o melhor que conseguiu foi chegar aos quartos-de-final, nas três últimas épocas.

O City só fez dois jogos com o FC Porto na história das competições da UEFA. Foi nos 16 avos de final da Liga Europa de 2011-12. E na eliminatória a duas mãos os ingleses, treinados pelo italiano Roberto Mancini, não deram hipóteses, pois venceram no Dragão por 2-1 - golo de Silvestre Varela para os portistas, com Alvaro Pereira a fazer um autogolo e Agüero a fazer o outro golo. No Estádio Ethiad, o FC Porto, de Vítor Pereira, foi goleado por 4-0, com golos de Agüero, Dzeko, David Pizarro e David Silva.

O outro adversário dos portistas é o campeão grego Olympiacos, treinado por Pedro Martins, que tem nas suas fileiras vários portugueses como o guarda-redes José Sá, que representou o FC Porto entre 2015 e 2018, o defesa-central Rúben Semedo e os médios Cafú e Pêpê Rodrigues.

Há ainda outros jogadores que passaram pela Liga portuguesa, como sejam o argelino Soudani e o egípcio Ahmed Hassan. As principais estrelas desta equipa são o defesa-direito brasileiro Rafinha e o médio francês Mathieu Valbuena, ambos já veteranos com 35 e 36 anos, respetivamente. Mas é sobretudo Mady Camará, médio da Guiné Conacri de 23 anos, que tem estado em maior destaque, a grande figura do meio-campo da equipa, ao ponto de estar já a despertar o interesse de grandes clubes europeus.

Além de Pêpê Rodrigues (V. Guimarães) e Rafinha (Flamengo), a equipa do Pireu reforçou o seu plantel para esta época com o médio francês Yann M'Vila (Saint-Étienne) ou o defesa-esquerdo grego José Holebas (Watford).

O grande objetivo do Olympiacos é passar a fase de grupos da Champions, algo que apenas conseguiu por quatro vezes, sendo que atingiu uma vez os quartos-de-final, em 1998-99.

Quanto aos confrontos com o FC Porto, pode dizer-se que já são velhos conhecidos, afinal já se defrontaram seis vezes, sempre para a fase de grupos da Champions. Em 1997-98, ficaram ambas fora do apuramento e foi precisamente diante do Olympiacos que os dragões conquistaram três dos quatro pontos com que terminaram esse grupo, ao vencerem nas Antas por 2-1, com dois golos de Mário Jardel. No entanto, na Grécia, os gregos venceram por 1-0.

Na época seguinte, o Olympiacos venceu o grupo e o FC Porto foi terceiro, tendo nas Antas se registado um empate 2-2 - Zahovic e Jardel marcaram para a equipa de António Oliveira -, mas no Pireu os gregos venceram por 2-1, de nada valendo o remate certeiro de Zahovic.

Finalmente, em 1999-00, os portistas garantiram o apuramento no segundo lugar, à frente dos gregos, depois de um triunfo caseiro por 2-0 (Esquerdinha e Jardel) e uma nova derrota na Grécia, por 0-1. Aliás, o FC Porto precisa de corrigir o desempenho no terreno do Olympiacos onde até agora perdeu sempre.

O Marselha, já se disse, será um adversário especial para o FC Porto por ser treinado por André Villas-Boas, que cumpre a segunda época como treinador do vice-campeão francês. Mas também por se tratar de um adversário de boas recordações para os portistas, pois em 2003-04 foram uma das vítimas da equipa de José Mourinho na caminhada para a conquista da Liga dos Campeões, tendo vencido 3-2 em França e 1-0 no Dragão.

Em 2007-08, os dois clubes voltaram a encontrar-se na fase de grupos, com os portistas a empatarem 1-1 no Estádio Velódrome e a vencerem em casa por 2-1, numa temporada em que os portistas chegaram aos oitavos-de-final.

Esta época, os marselheses vêm de três jogos sem vencer para a Liga francesa, embora tenham arrancado bem a época com vitórias com o Brest e em Paris com o PSG nas duas primeiras jornadas. Villas-Boas investiu cerca de 12 milhões de euros em novos jogadores, destacando-se o promissor Luís Henrique, extremo de 18 anos contratado ao Botafogo.

A equipa tem como principais destaques o guarda-redes Mandanda e os atacantes Florian Thauvin, Dimitri Payet e o argentino Dario Benedetto, sendo o principal objetivo passar a fase de grupos da Champions, algo que não consegue desde 2010-11, quando chegou aos oitavos-de-final sob o comando de Didier Deschamps.

Nos restantes grupos da Liga dos Campeões, o principal destaque vai para o duelo entre a Juventus de Cristiano Ronaldo e o Barcelona de Lionel Messi. Os dois jogadores que dominaram o futebol mundial na última década já não se defrontam desde 2018, quando o avançado português deixou o Real Madrid. Esse grupo G será um duelo entre estes dois gigantes, uma vez que Dínamo Kiev e Ferencváros não parecem ter argumentos para discutir o apuramento.

Atenção ainda para o grupo A, onde o Atlético de Madrid de João Félix vai ter pela frente o campeão europeu Bayern Munique, embora RB Salzburgo e Lokomotiv Moscovo não pareçam ter argumentos para incomodá-los.

Aquele que pode ser denominado de grupo da morte tem um treinador português. Trata-se de Luís Castro que tem missão complicada à frente do seu Shakhtar Donetsk, uma vez que terá de medir forças com o campeão espanhol Real Madrid, o Inter Milão que foi finalista da Liga Europa e os alemães do Borussia Mönchegladbach.

O grupo D também promete, uma vez que o Liverpool terá de medir forças com o Ajax e a surpreendente Atalanta, sendo os dinamarqueses do Midtjylland o elo mais fraco. Também o grupo H será bastante competitivo, pois o Manchester United de Bruno Fernandes e Diogo Dalot terá pela frente o PSG, o último finalista vencido da Champions, e o competitivo RB Leipzig, sendo que Istambul Basaksehir é de outro filme.

Quanto aos prémios entregues pela UEFA, relativos à época passada. O avançado polaco Robert Lewandowski foi eleito melhor futebolista do ano. O jogador do Bayern Munique recebeu o prémio relativo a uma época em que venceu a Liga dos Campeões e, ao mesmo tempo, sagrou-se melhor desta competição com 15 golos.

O Bayern Munique foi o grande vencedor dos prémios da UEFA relativos à época passada, com Manuel Neuer, Joshua Kimmich e Robert Lewandowski a serem eleitos melhores guarda-redes, defesa e avançado, respetivamente. Também o treinador Hans-Dieter Flick ganhou o prémio relativo ao melhor treinador.

Só fugiu ao domínio dos alemães o belga Kevin de Bruyne, do Manchester City, que foi distinguido como melhor médio.

No setor feminino, a dinamarquesa Pernille Harder foi eleita a melhor jogadora do ano, que recebeu também a distinção para a melhor avançada da temporada, ao serviço do Wolfsburgo. Harder protagonizou entretanto a maior transferência da história do futebol feminino, com o Chelsea a pagar 350 mil euros.

Nos restantes prémios, o domínio foi das campeãs europeias do Lyon, com Sarah Bouhaddi (guarda-redes), Wendie Renard (defesa), Dzsenifer Marozsán (médio) e o treinador Jean Luc Vasseur. O prémio para a melhor avançada foi atribuído à dinamarquesa Pernille Harder, que esta época trocou o Wolfsburgo pelo Chelsea.

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