Silas não quer heróis, Varandas envergonhado

Treinador do Sporting falou à comunicação social no final do jogo, em que o Sporting foi eliminado da Taça de Portugal pelo Alverca.
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Sem desculpas para a derrota com o Alverca (2-0). Quem o diz é o presidente do Sporting. "Não há desculpas para o que aconteceu hoje. Estamos envergonhados. Este grupo tem de reagir", atirou Frederico Varandas aos jornalistas antes de abandonar o estádio onde o Sporting foi eliminado da Taça de Portugal. O autocarro deixou o recinto debaixo de assobios e insultos.

Já o treinador lembrou que não são preciso heróis, mas uma equipa. "Nós não precisamos de heróis. Precisamos de construir uma equipa. Demora a construir e nós só estamos aqui há duas semanas. Queremos resolver os problemas como equipa e não com individualidades. Isso é uma das nossas batalhas. Vamos conseguir implementar isso. Vai demorar mas vamos fazê-lo. Nós quisemos mudar, mas não sortiu efeito. Falta trabalho em alguns movimentos e não houve tempo para alguns jogadores trabalharem. Apostámos na qualidade individualidade e acabámos por perder um bocado a nossa organização." Foi com esta a ideia que Silas quis passar aos jornalistas no final do jogo com o Alverca, que esta quinta-feira eliminou o clube leonino da Taça de Portugal.

O treinador não falou aos jornalistas na flash interview nem na conferência de imprensa após o jogo com o Alverca por não ter o IV nível de treinador, algo que é exigido pela Federação Portuguesa de Futebol para que os treinadores possam falar. No entanto aceitou falar aos jornalistas cá fora, após o jogo.

Silas abordou a falta de eficácia leonina, que teve 22 remates à baliza, mas acabou derrotado e sem golos marcados. "Não foi só isso. Tivemos o dobro dos remates, também é a nossa obrigação porque estávamos a jogar contra uma equipa de duas categorias abaixo. Há outra parte que não tem a ver com a eficácia. Alguns jogadores não estiveram connosco durante a semana e não trabalharam o que nós trabalhámos. Jogámos pior na segunda parte do que na primeira. Houve essa falta de treino. É normal irem às seleções. Na primeira parte estivemos bem e na segunda parte não jogámos tão bem ", justificou o técnico leonino.

O treinador do Sporting pediu ainda paciência aos adeptos, percebendo o seu desagrado. "Os adeptos não vão ao nosso treino. Os adeptos estão desiludidos com razão. Nós somos o Sporting. Nós temos que aceitar a crítica quando é merecida e é merecida. Estão a criticar-nos com razão, mas o único caminho é o trabalho. Os adeptos têm razão em estarem desiludidos. Somos o Sporting e perdemos com o Alverca por 2-0. Fizemos coisas bem, mas é um processo que demora tempo. Vamos trabalhar muito. Há muita coisa que foi feita que eu sei que os adeptos não vão olhar. Vamos precisar de tempo", avisou, garantindo que a equipa leonina entra em todos os jogos "para ganhar".

O Sporting já vai no terceiro treinador da época e a crise diretiva é cada vez mais evidente. Será um problema na equipa técnica ou na presidência: "Nós estamos aqui há duas semanas. O problema está em não ganhar. Como é que se resolve? Com trabalho. O problema não está no presidente. Não estou aqui a falar sobre estrutura, não entendo nada sobre isso. Sei lá o que é isso."

Quanto à ausência de Bruno Fernandes e Acuña no onze a explicação é simples: "A gestão física é importante. Os outros jogadores que jogaram têm potencial para jogar e ganhar ao Alverca."

Vasco Matos: "Vitória justa"

O treinador do Alverca, Vasco Matos, não tem dúvidas que a vitória, por 2-0, ante o Sporting, na terceira eliminatória da Taça de Portugal foi "justa", após "grande trabalho" da sua equipa. "Sabíamos que podíamos ganhar ao Sporting. Tínhamos de trabalhar muito, sermos solidários sem bola. O Sporting ia criar dificuldades. Fomos uma verdadeira família, a nossa equipa faz sempre golos. É o mérito do grupo, do grande trabalho que fizeram", afirmou o técnico.

"Agora vamos desfrutar, onde podemos chegar vamos ver, vamos perceber quem nos vai calhar em sorte. A Taça depende muito da sorte, agora é descansar e esperar pelo sorteio para ver o que nos calha", disse Vasco Matos, confessando que esta é "obviamente a vitória mais importante" da curta carreira de treinador.

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