Luis Díaz foi arma secreta para acabar com o jejum em Moreira de Cónegos

O FC Porto conquistou uma vitória complicada na visita ao Moreirense, por 4-2, algo que não acontecia há quase cinco anos. Sérgio Conceição teve de lançar o colombiano para conquistar os três pontos, num jogo em que até esteve a perder. O Benfica continua a quatro pontos de distância.
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O FC Porto acabou com o jejum de vitórias em Moreira de Cónegos, onde não vencia para o campeonato há quatro jogos, desde o dia 7 de fevereiro de 2015. Desta vez, arrancou um triunfo por 4-2 frente ao Moreirense, mas não se livrou de um susto, pois viu-se em desvantagem logo aos três minutos.

Sem brilho, mas com eficiência, a equipa de Sérgio Conceição lá acabou por dar a volta ao resultado e conquistar a vitória que lhe permite manter-se a quatro pontos do líder Benfica.

Esta foi, aliás, a primeira vez no campeonato que os dragões venceram um jogo depois de terem estado em desvantagem no marcador, mas só o conseguiram depois da entrada do colombiano Luis Díaz, que foi uma autêntica arma secreta guardada no banco até aos 60 minutos.

O Moreirense somou a segunda derrota em casa nesta época, depois de ter perdido com o Benfica, e mostrou que tem jogadores com qualidade para fazer um resto de campeonato tranquilo.

Golo madrugador abala dragão

Os dragões apresentaram-se em Moreira de Cónegos com uma dupla de centrais inédita no campeonato, composta por Mbemba e Diogo Leite, que foram chamados para render o lesionado Pepe e o castigado Marcano. Era um teste importante aos dois habituais suplentes, tendo em conta que as visitas ao Moreirense não tinham corrido bem nos últimos anos.

E no primeiro lance que foram colocados à prova eis que a equipa da casa se colocou em vantagem, num lance em que Diogo Leite foi ultrapassado por Fábio Abreu e em que Mbemba chegou ligeiramente atrasado para tentar o corte. O avançado angolano marcou o seu quarto golo na Liga, num lance que começa com uma atrapalhação entre Marega e Nakajima.

O FC Porto via-se a perder, a frio, e pouco depois podia até ter visto aumentar a desvantagem, não fosse Marchesín fazer a mancha para parar o remate de Pedro Nuno. A equipa de Sérgio Conceição sentia muitas dificuldades com a velocidade dos homens da frente dos cónegos, que procuravam aproveitar o espaço nas costas dos laterais portistas para assim tentar provocar o erro na pouco rotinada defesa portista.

O Moreirense era uma equipa que reagia muito bem à perda da bola e tapava bem a zona central, onde os dragões sentiam muita dificuldade construir o seu jogo ofensivo. Foi só depois de um remate ao lado de Alex Telles, que o FC Porto conseguiu estabilizar o seu jogo e, explorando os corredores laterais, procurou causar problemas à defesa contrária através de cruzamentos para assim explorar o bom jogo de cabeça dos avançados.

Três golos em 15 minutos

E foi assim mesmo que nasceu o empate aos 32 minutos. Bom trabalho de Corona na direita, com um cruzamento direitinho para a cabeça de Soares que não perdoou e fez o empate. Não demorou muito até que nova bola lançada para a área fosse para Corona, que acabou por levar um pontapé de Abdu Conté, um lance de penálti que obrigou à intervenção do VAR. Alex Telles não perdoou e fez a reviravolta na partida.

Parecia que o mais complicado estava feito para o FC Porto, num jogo em que entrou praticamente a perder. Até porque o Moreirense, depois de se ver em vantagem, tinha recuado as suas linhas e, aos poucos, perdeu capacidade para perigo no contra-ataque.

No entanto, em mais um dos lances que o técnico Ricardo Soares terá trabalhado durante a semana, João Aurélio avançou pela direita e ao cruzar tenso para Fábio Abreu, que se encontrava no meio dos centrais, eis que a bola entra diretamente na baliza de Marchesín.

Sérgio Conceição não acreditava no que via e quase foi à loucura quando em cima do intervalo viu Filipe Soares surgir em boa posição na área... só que o remate foi para a bancada. Era impressionante a instabilidade defensiva que os dragões evidenciavam na partida.

Ritmo baixo e arma secreta a funcionar

Na segunda parte, o FC Porto surgiu mais equilibrado em campo, não se expondo à forma de atacar do adversário. Só que com isso perdeu velocidade, passando a construir o seu jogo de forma mais paciente, procurando espaços em zonas interiores.

Os lances de perigo foram então mais escassos, até porque o baixo ritmo dos dragões permitia ao Moreirense mais tempo para se organizar defensivamente, embora depois não conseguisse chegar perto da baliza de Marchesín, exceção feita a um remate de Pedro Nuno que obrigou o guarda-redes argentino a aplicar-se.

Até que ao minuto 59, Sérgio Conceição lançou Luis Díaz em campo para o lugar de Mateus Uribe, procurando assim que a imprevisibilidade e rapidez do extremo colombiano desse frutos. E deu. É que numa bola lançada para a área por Otávio, lá apareceu Díaz a empurrar a bola para dentro da baliza com o joelho.

Um golo pouco habitual, mas que colocava novamente o FC Porto em vantagem e desta vez para ficar, pois o Moreirense já não mostrava capacidade para mudar o rumo da partida. A cinco minutos do fim, outra vez Luis Díaz, a descobrir Corona, que aplicou um remate em arco, marcou um melhor golo da noite.

Com a vitória no bolso, Corona, que tinha visto o cartão amarelo na primeira parte que o tirava do próximo jogo do campeonato com o Sp. Braga, forçou depois o segundo amarelo e a consequente expulsão, pelo que irá cumprir a suspensão de um jogo na partida a meio da semana com o Varzim para a Taça de Portugal.

A Figura - Luis Díaz

O colombiano entrou aos 59 minutos para dar uma nova alma ao FC Porto, que estava com problemas em encontrar os caminhos para a baliza de Mateus Pasinato e, dessa forma, desfazer o empate 2-2 que se registava então. E a aposta foi em cheio, pois o extremo fez o terceiro golo com o joelho e assistiu Corona para o quarto golo que acabou com todas as dúvidas.

VEJA OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA:

FICHA DO JOGO:

Estádio Comendador Joqauim Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)

Moreirense - Mateus Pasinato; João Aurélio, Rosic, Iago Santos, Abdu Conté; Fábio Pacheco, Alex Soares (David Texeira, 79'); Luís Machado, Filipe Soares, Pedro Nuno (Bilel Aouacheria,74'); Fábio Abreu (Nenê, 79')
Treinador: Ricardo Soares

FC Porto - Marchesín; Jesús Corona, Mbemba, Diogo Leite, Alex Telles; Otávio, Danilo Pereira, Mateus Uribe (Luiz Díaz, 59'), Nakajima (Wilson Manafá, 83'); Marega (Fábio Silva, 74') Soares
Treinador: Sérgio Conceição

Cartão amarelo a João Aurélio (25'), Jesús Corona (30' e 90'+6), Abdu Conté (39'), Mateus Uribe (56') e Otávio (74'). Cartão vermelho a Jesús Corona (90'+6)

Golo: 1-0, Fábio Abreu (3'), 1-1, Soares (32'); 1-2, Alex Telles (39' gp); 2-2, João Aurélio (44'); 2-3, Luis Díaz (72'); 2-4, Jesús Corona (85')

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