Jorge Jesus: "Weigl e Gabriel são compatíveis... em poucos jogos"

O treinador do Benfica elogiou o "jogo positivo" do Paços de Ferreira que visita a Luz este domingo e analisou as diferenças em relação a dois dos principais jogadores do seu meio-campo.

Jorge Jesus, treinador do Benfica, assumiu este sábado que Weigl e Gabriel são jogadores compatíveis no meio-campo, mas "em poucos jogos" de acordo com a sua ideia de jogo.

"Eles são compatíveis, mas quando, como e onde? Para mim, são compatíveis, mas em poucos jogos, tendo em conta a minha ideia de jogo. Não basta analisar o jogador individualmente, o principal é olhar para estratégias e metodologias de treinos das equipas. Quando se analisa a forma de jogar de um atleta tem de se olhar para o trabalho que o treinador faz com ele", afirmou.

O treinador do Benfica voltou a ser questionado sobre as debilidades defensivas que a equipa tem apresentado, apesar de não ter sofrido golos na partida da Liga Europa com o Lech Poznan. "É verdade que não sofremos golos, o que é um dado relevante, mas temos de analisar o contexto em que isso aconteceu. Todos os momentos de jogo nos preocupam, mas aquele sobre o qual nos debruçamos mais é sobre a organização defensiva", sublinhou.

O Benfica recebe este domingo (20.00 horas) o Paços de Ferreira, em jogo da 9.ª jornada da I Liga, para a qual Jorge Jesus alerta tratar-se de um adversário que "está a fazer um bom campeonato e tem até menos dois golos sofridos" que os encarnados. "É verdade que é das equipas que comete mais faltas, mas isso não é um problema para a equipa de arbitragem", frisou, preferindo elogiar uma equipa pacense que "tem um jogo positivo e ideias positivas, que a faz ganhar mais vezes e estar na quinta posição".

Questionado sobre a possibilidade de o Paços de Ferreira poder utilizar uma estratégia de anti-jogo no Estádio da Luz, Jorge Jesus fez questão de separar as águas: "O anti-jogo é um sistema que o treinador organiza do ponto de vista mais defensivo. Ter todos os jogadores atrás da linha da bola não é anti-jogo, é sim uma forma tática de olhar para o jogo", disse, definindo depois que anti-jogo é "fazer 30 faltas num jogo, o guarda-redes cair para perder tempo, os jogadores atirarem-se para o relvado quando perdem a bola." "Anti-jogo é algo que não defendo. A forma como o adversário pode jogar mais ou menos defensivo são estratégias de jogo que temos de respeitar", sublinhou.

Depois de ter dito preferir que "os adeptos voltem aos estádios" em vez de ter reforços no mercado de inverno, Jorge Jesus foi questionado sobre o processo relativo à contratação do defesa-central brasileiro Lucas Veríssimo, do Santos. "Nunca senti que houvesse qualquer novela. Nem com o Cavani, nem com o Lucas ou com outro jogador. Isso de novelas é na televisão e não com os jogadores. Todos os clubes estão no mercado para contratar jogadores, mas só alguns conseguem. Uns demoram mais tempo, outros, menos tempo. São situações normais, pois os clubes estão sempre dependentes de vários fatores. Se não conseguem, passa-se para outro", começou por dizer, lembrando que "nem sempre se consegue contratar os jogadores que se pretende, faz parte do negócio e do mercado".

Sobre o eventual falhanço na negociação de Lucas Veríssimo foi lapidar: "Nem sempre corre tudo como queremos, mas falhanço não é isso. Falhanço é eu contratar um jogador para a minha equipa e ele não jogar tanto quanto eu pensava."

Jorge Jesus anunciou ainda que Adel Taarabt vai estar convocado para o jogo com o Paços de Ferreira, tendo depois destacado a importância de Pizzi na equipa do Benfica, considerando-o "um jogador do corredor central, mas pode jogar numa ala, como o faz por vezes". "Vamos utilizá-lo de acordo com os adversários. É um jogador com golo e isso é um dado a acrescentar ao valor dele. Contudo, ele tem vindo a jogar todos os jogos, tal como o Verthonen e o Everton, e não podemos colocá-lo no limite do risco de lesão", explicou.

O facto de Darwin Núnez ter feito cinco golos na Liga Europa e apenas um na I Liga foi ainda explicado por Jesus com a qualidade tática dos treinadores portugueses. "É verdade que ele foi crescendo à medida que a época foi decorrendo, e isso permitiu-lhe fazer mais golos. Foram mais na Europa porque os treinadores portugueses têm mais conhecimento e capacidade para anular os adversários. Na I Liga portuguesa os treinadores são mais crescidos taticamente, daí que haja maior competência dos nossos rivais internos em conseguir anular o Darwin", frisou.

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