Sevens de Portugal dizem adeus aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Lobos ficaram na 4.ª posição do Torneio de Qualificação, realizado estes sábado e domingo em Colomiers, pelo que não irão estar presentes, no próximo ano, entre a família olímpica na variante do râguebi de sete.
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Depois de um sábado com exibições sofríveis - derrotas frente a Itália (12-19) e França (5-10), e vitória folgada diante de uma fraca Hungria (47-0) - que permitiu, ainda assim, aos Lobos serem um dos dois melhores terceiros dos três grupos incluídos na fase inicial do Torneio de Qualificação para os Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio, que se disputou este fim-de-semana na cidade francesa de Colomiers, este domingo a seleção nacional de sevens já atingiu um nível mais consentâneo com o estatuto que já usufruiu no râguebi europeu de sete - mas acabou por se quedar pelo 4.º lugar, ficando assim fora, tal como no Rio de Janeiro 2016, do certame olímpico.

Na primeira partida deste domingo a equipa de António Aguilar surpreendeu a favorita seleção espanhola, vencedora do seu grupo no dia de ontem - e que, não esqueçamos, disputa o circuito mundial da variante com todas as maiores potências dos sevens, surgindo aqui muito mais rodada e recheada de jogadores calejados de embates, ao longo da época, com as principais feras do râguebi de sete - a quem venceu por 14-5.

Entrando determinados, o que até não é nada habitual nos jogos madrugadores para os Lobos, Portugal vencia ao intervalo por 14-0, graças a dois ensaios do rápido António Cortes, que acelerando como tão bem sabe rumo à área contrária, marcou por duas vezes, a última das quais após uma oportuna interceção.

Na 2.ª parte "nuestros hermanos" reagiram como se previa, com os jogadores portugueses limitados quase exclusivamente a defender - o que fizeram com grande alma e atitude diga-se de passagem -, mas quedaram-se por um singelo ensaio não convertido, acabando assim o duelo ibérico por sorrir à seleção nacional.

Depois deste algo inesperado êxito - a equipa portuguesa surgiu aqui desfalcada de jogadores como Rafaelle Storti e Rodrigo Marta, em ação no Mundial sub-20 no Brasil, por exemplo - os Lobos foram defrontar, nas meias-finais, a poderosa equipa da Grã-Bretanha, que não deu hipóteses vencendo por 29-12, com os dois ensaios nacionais a surgirem nos instantes finais quando o resultado já assinalava longínquos 29-0...

Na derradeira e decisiva partida que apurava 3.º e 4.º lugares - enquanto o vencedor do Torneio se qualificava diretamente para Tóquio os 2.º e 3.º classificados seguem para um torneio final a nível mundial -, diante da Irlanda, que com certa surpresa viu-se afastada da final pela França, os jogadores portugueses surgiram muito cansados e acabaram por ser presa fácil dos irlandeses no 2.º tempo.

Portugal até começou melhor, com Duarte Moreira a fazer, todo em força e poder físico, o ensaio inaugural logo no primeiro minuto. Mas a Irlanda empataria quase em cima do intervalo por Conroy (5-5).

Na 2.ª parte, contudo, os irlandeses não deram hipóteses, acantonando-se no nosso meio-campo e com três ensaios (bis de McNulty) cavaram distância inultrapassável para 26-5. E só no derradeiro lance do encontro Adérito Esteves faria o ensaio de consolação nacional selando os definitivos 26-10, no adeus português a Tóquio 2020.

Entretanto a seleção do Reino Undo (incluindo, para lá de atletas ingleses como o fantástico Dan Norton, também galeses e escoceses), ao bater na final a anfitriã França, por 31-7, qualificou-se para Tóquio, onde irá defender a sua medalha de vice-campeã olímpica.

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