Royston Drenthe renasce para o futebol aos 31 anos na segunda divisão holandesa

Jogador foi uma das maiores promessas do futebol holandês deste milénio e chegou a jogar no Real Madrid, mas perdeu-se pelo caminho e colocou um ponto final na carreira aos 29 anos. Em 2016 trocou o futebol pela música, mas esta época aceitou fazer uma pausa na reforma para voltar ao relvado, no Sparta Roterdão.
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Royston Drenthe foi sinónimo de talento. Formado no Feyenoord chegou ao Real Madrid, mas a fama acabou por se sobrepor e atrapalhar o talento para jogar futebol. Em 2016, então com 29 anos decidiu colocar um ponto final na carreira porque "já não era feliz a jogar futebol" e decidiu mudar de carreira. Fã de rap passou a ser o Roya2Faces - tem registada uma música com o amigo Ryan Babel.

Em julho do ano passado, depois de dois anos sabáticos, o jogador holandês com raízes no Suriname e Caribe, aceitou fazer uma pausa na reforma e voltar aos relvados. Aceitou vestir a camisola do Sparta Roterdão, o clube da cidade onde nasceu: "Jogo no Sparta Roterdão, que fica praticamente no meu jardim. Fisicamente estou muito forte, como um touro espanhol. Assinei por uma época, mas espero estar lá mais tempo."

No clube da segunda divisão da Holanda recuperou a alegria de viver e o talento para jogar futebol que um dia fez dele merengue veio ao de cima.Em 18 jogos pelo clube mais antigo da Holanda em atividade, soma quatro golos e três assistências, sendo que tem jogado como lateral esquerdo e não extremo ou médio ofensivo.

Encantou a Europa em 2007

Foi considerado um dos mais promissores médios ofensivos da sua geração e fez parte da seleção holandesa de Sub-21 que venceu o Europeu da categoria em 2007, em Portugal. Eleito o melhor jogador do europeu, deixou a Europa rendida ao seu talento e às suas características tranças longas. A polivalência e rápida ascensão à equipa principal do Feyenoord acabaram por despertar o interesse de meio mundo, mas acabou por escolher o Real Madrid.

No Bernabéu a concorrência era feroz e o clima não era favorável a uma aposta num jovem jogador. Com três treinadores diferentes em três épocas (Schuster, Juande Ramos e Manuel Pellegrini) Drenthe não convenceu e com a chegada de Mourinho acabou cedido. As noitadas e os problemas extra futebol também não ajudaram. "Sair à noite? Sim. Não todas, como se dizia, mas muitas. Muitas vezes em segredo. Era jovem, jogador do Real Madrid. São muitas as tentações e se não estás totalmente concentrado...", revelou o jogador, garantindo que, apesar disso "nunca" chegou tarde a um treino: "Não saí do Real por causa disto. Tive bons momentos, mas o futebol é complicado, ainda mais no Real Madrid. Mas só tenho palavras boas para o clube. Sempre se portaram bem comigo."

Drenthe chegou a estar nos planos do Sporting, quando foi colocado na lista de dispensas do Real por José Mourinho, mas ele optou pelo Hércules. Depois passou pelo Everton, no Alania, no Reading, no Sheffield Wednesday, no Kayserispor e no Baniyas, dos Emirados Árabes Unidos.

Agora joga no clube da cidade onde nasceu, o Sparta Roterdão. Mas não esquece o que passou até lá chegar. "Houve muita gente que se aproximou de mim por causa da fama e logo me deixaram", contou o antigo jogador à Cadena Ser no ano passado, admitindo que cresceu como homem: "Agora sou muito mais homem. Sou pai, não posso fazer as coisas que fazia antes. Preciso que os meus filhos se sintam orgulhosos de mim. Não apago nada do que fiz até agora, mas sou outra pessoa."

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