Do 8-0 ao 12-2. As histórias das maiores goleadas entre FC Porto e Benfica

Em vésperas de mais um clássico FC Porto-Benfica, recorde aqui os resultados mais volumosos entre os dois históricos do futebol português, ocorridos em 1933 e 1943. O dos anos 30 originou o primeiro corte de relações entre águias e dragões.
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Aproxima-se o jogo oficial número 241 entre FC Porto e Benfica e, tal como tem sido habitual no passado recente, o desafio do próximo sábado (às 20.30, no Estádio do Dragão) contará muito para o desenlace da luta pelo título da I Liga. Ao longo da história, muitos clássicos ficaram marcados por resultados volumosos, mas há dois que perduram até aos dias de hoje. Numa pequena viagem ao passado, e às páginas do DN, recorde as maiores goleadas impostas pelos eternos rivais em clássicos,

Cumprem-se já perto de nove anos desde o último resultado mais expressivo entre águias e dragões, mas será certamente um jogo bem presente na memória dos adeptos de ambos clubes, embora não pelos mesmos motivos. A 7 de novembro de 2010, o Benfica de Jorge Jesus foi esmagado no Dragão por 5-0, perante uma equipa de luxo orientada por André Villas-Boas. Moutinho, Falcao, Otamendi, Hulk e companhia realizaram uma época de sonho, muito à custa dos encarnados, que além da goleada viram, no seu estádio, o FC Porto sagrar-se campeão (no célebre apagão da Luz), e conseguir ainda uma reviravolta nas meias-finais da Taça de Portugal.

No entanto, recuando muitos anos, existe uma equipa azul e branca que venceu por 8-0 o rival de Lisboa. Foi a 28 de maio de 1933, na 1.ª mão dos quartos-de-final do Campeonato de Portugal, no Campo da Constituição, no Porto. No dia seguinte, em que na primeira página do DN eram destacadas as celebrações do 28 de maio, lia-se que, após um golo logo aos 7', os dragões apresentaram "grande brilhantismo" no jogo.

Ribeiro dos Reis, treinador do Benfica, viu os azuis e brancos, orientados pelo húngaro Joseph Szabo, arrancarem para um resultado histórico, com golos de Acácio Mesquita e Valdemar Mota, os dois com hat trick, Lopes Carneiro e Carlos Nunes.

Desse jogo, surge ainda outro dado histórico: o primeiro corte de relações oficiais entre os dois clubes, que durou três anos. O jogo do 8-0 ficou marcado por uma mudança súbita na hora do jogo e o Benfica não foi avisado com a devida antecedência. Após a goleada, o jogador encarnado Guedes Gonçalves agrediu, já nos balneários, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, o que lhe valeu um castigo de seis meses. O FC Porto acusou na altura o Benfica de querer monopolizar o futebol nacional, referindo ainda que a capital pretendia centralizar todo o poder, e avançou então para o primeiro nas relações entre os dois clubes.

Dez anos depois, já no campeonato da I Divisão, o Benfica conseguiu o resultado mais desnivelado de sempre em clássicos, num jogo que mais uma vez teve toque húngaro, com dois treinadores desta nacionalidade nos dois bancos. János Biri orientava os encarnados e Lippo Hertzka os dragões.

A 7 de fevereiro de 1943, à 5.ª jornada de um campeonato que as águias viriam a conquistar, os presentes no Estádio do Campo Grande, em Lisboa, assistiram a 14 golos (!), na vitória dos encarnados por 12-2. Um dos grandes responsáveis pela histórica tarde do Benfica foi Julinho, ao apontar quatro golos.

O FC Porto, que terminou em sexto lugar nesse ano, viu Luís Mata, guarda-redes que teve uma estreia para esquecer, sofrer cinco golos em pouco mais de 45 minutos. Os dragões reduziram, mas o Benfica esticou o desnível para 9-1, antes de novo golo portista. Até ao final, mais três remates certeiros dos jogadores das águias estabeleceram um resultado histórico - 12-2.

"Franco nomeou os membros das novas cortes espanholas" e "Churchill regressou a Londres depois de ter estado em Argel" eram dois dos destaque da capa do DN a 8 de fevereiro de 1943. Em termos desportivos, o dia anterior teve a "jornada com mais 'goals'", devido ao clássico. Sobre o Benfica, lê-se que, principalmente na segunda parte, "melhorou" a exibição e "jogou como quis".

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