Djokovic vs. Federer. A 5.ª final do Grand Slam numa saga com 13 anos

O tenista sérvio venceu as duas finais de Wimbledon frente ao suíço recordista de títulos no torneio inglês: oito.
Publicado a
Atualizado a

Novak Djokovic e Roger Federer vão disputar este domingo a final do torneio de Wimbledon, depois de nesta sexta-feira terem ganho os respetivos jogos nas meias-finais - o sérvio bateu Bautista Agut (6-2, 4-6, 6-3 e 6-2); o espanhol eliminou Roger Federer (7-6, 1-6, 6-3 e 6-4).

O número 1 e o terceiro colocado do ranking ATP têm um longo historial de confrontos e de finais disputadas. Mas, curiosamente, no torneio londrino, é apenas a terceira vez que medem forças no jogo decisivo, sempre com triunfo de Djokovic - em 2014 com os parciais de 6-7, 6-4, 7-6, 5-7, 6-4 ; e em 2015 por 7-6, 6-7, 6-4, 6-3.

Na relva britânica, Federer conquistou o título por oito vezes (frente a Mark Philippoussis em 2003; Andy Roddick em 2004, 2005 e 2009; Rafael Nadal em 2006 e 2007; Andy Murray em 2012; e Marin Cilic em 2017) e Djokovic em quatro ocasiões (2011 contra Nadal, 2014 e 2015 diante de Federer e no ano passado contra Kevin Anderson).

Em termos globais, já são 47 duelos desde o primeiro confronto em 2006, no ATP Masters 1000 de Monte Carlo. E Djokovic leva uma ligeira vantagem, pois venceu 25 encontros e perdeu 22. Mas se nos duelos particulares o sérvio está à frente, perde para o suíço no número de títulos alcançados na carreira - Federer tem 102; Djokovic 74. Se nos centramos apenas em Grand Slams, também aqui o suíço domina, pois venceu 20 contra 15 do sérvio.

A final de domingo no All England Club será a quinta entre estes dois protagonistas em torneios do Grand Slam. E neste particular Djokovic está em vantagem, pois ganhou três contra uma do tenista suíço. A última vez que mediram forças num major foi no início de 2016, quando Djokovic bateu o Federer nas meias-finais do Open da Austrália, por 6-1, 6-2, 3-6 e 6-3).

As carreiras

Novak Djokovic nasceu na cidade de Belgrado, hoje Sérvia e na altura Jugoslávia, a 22 de maio de 1987. E parte da sua infância foi vivida em plena guerra dos bálcãs - "a guerra é algo que não desejo a ninguém, é destruição, é perder famílias e pessoas queridas". Começou a jogar ténis aos quatro anos e como tinha jeito para o desporto, com 12 começou a treinar na escola de Niki Pilic em Munique, na Alemanha, onde permaneceu até aos catorze.

A paixão da família pelo desporto - o pai, um tio e uma tia foram esquiadores profissionais e pai foi também jogador de futebol - teve influência na escolha da carreira como tenista. "O ténis foi uma bênção na minha vida, deu-me muitas coisas positivas. O meu amor pelo desporto é muito grande e, de certo modo, o ténis salvou-me a vida. Tive muita sorte em ter um pai e uma mãe que acreditaram nas minhas habilidades", disse há uns anos Djokovic, que se estreou como profissional aos 16 anos. No total tem 74 títulos conquistados e 15 foram Grand Slams. A primeira vez que chegou a número um mundial foi a 4 de julho de 2011.

Roger Federer nasceu em Wollerau, na Suíça, a 8 de agosto de 1981. Filho de pai suíço e mãe sul-africana, começou a praticar ténis aos oito anos, mas na adolescência foi considerado "inadequado" para o serviço militar obrigatório, tendo por isso prestado serviço na proteção civil.

Em 1998 entrou no circuito profissional de ténis e chegou à sua primeira final ATP da carreira no ano 2000, em França, tendo perdido para o compatriota Marc Rosset. O primeiro título da carreira chegou com apenas 19 anos, em Itália, numa altura em que já ocupava o top 10 mundial.

O grande impulso na carreira de Federer surgiu em 2003, quando venceu o seu primeiro Grand Slam, em Wimbledon, ao derrotar o australiano Mark Philippoussis (7-6, 6-2 e 7-6), culminando um torneio fantástico no qual apenas perdeu um set.

Foi no dia 2 de fevereiro de 2004 que alcançou pela primeira vez a liderança do ranking ATP, conservando essa posição durante 237 semanas consecutivas, que se tornou um recorde mundial. Federer acabaria mais tarde por destornar o recorde absoluto de semanas como melhor do mundo, superando as 286 do norte-americano Pete Sampras.

O melhor ano da carreira de Roger Federer foi 2006, quando ganhou 12 títulos e atingiu um recorde de 92-5 em sets. Chegou à final de 16 dos 17 torneios em que participou, ganhou três Grand Slam e perdeu outro, precisamente em Roland Garros, diante do espanhol Rafael Nadal .

Roger Federer é atualmente o jogador com mais títulos do Grand Slam, com um total de 20, mantendo o estatuto de tenista com mais semanas (310) como número um do mundo, sendo por isso considerado um dos melhores de todos os tempos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt