10 outubro 2018 às 20h03

Clubes profissionais ameaçam parar os campeonatos

Carlos Pereira, presidente do Marítimo, foi porta-voz da Cimeira dos Presidentes e exige que o Governo resolva os problemas do futebol "de forma série e célere"

DN

Carlos Pereira, presidente do Marítimo, anunciou esta quarta-feira a pretensão dos clubes profissionais em parar os campeonatos se não forem resolvidos, pelo Governo, alguns problemas identificados na Cimeira dos Presidentes que decorreu em Coimbra, sob patrocínio na Liga.

"Desta Cimeira sai muita coisa boa, sai fortalecida a Liga e saem fortalecidos os clubes e aquilo que pensamos que foi importante discutir, como é o caso da violência, das apostas, os seguros e o modelo de governação da Liga que pretendemos", começou por dizer o porta-voz dos emblemas da I e II Ligas.

"Pensamos todos que o futebol português tem que ser ouvido de uma forma séria e célere. Se estas nossas pretensões não forem ouvidas, podemos pensar seriamente em parar os campeonatos profissionais ou da formação porque os clubes e as SAD não são só futebol profissional, mas também porque não nos revemos na forma como o futebol português anda a ser tratado", acrescentou.

O recado de Carlos Pereira teve como destinatário o Governo. "Se, a curto prazo, isto não for uma preocupação governamental, será uma preocupação dos clubes que transmitirão à opinião pública aquilo que são as nossas reivindicações", adiantou, aproveitando para revelar quais as suas reivindicações: "São a violência, naquela que é a proposta que está na Assembleia da República, são as taxas dos seguros, as apostas, mas também aquilo que pensamos sobre a governação e sobre o tempo de ligação que à vezes levamos no retorno dessas mesmas propostas."

"Temos que pensar seriamente que não podemos andar aqui a pensar que o amanhã é muito longo. Queremos, por isso, que as propostas sejam ouvidas e satisfeitas em prol do que pagamos ao longo do ano e que são muitos milhões. Somos cumpridores e somos provavelmente a industria do país mais fiscalizada e que com certeza mais paga para o orçamento de Estado. E por isso queremos que este retorno seja reconhecido", sublinhou.

Carlos Pereira deixou ainda um recado a João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto: "As reuniões que temos tido não têm sido conclusivas e queremos que sejam o mais rapidamente possível. A violência é um prejuízo que causa ao futebol e ao país, um problema sobre o qual nós temos dado muitos contributos, mas na prática não tem sido resolvida. O Estado tem demorado muito a resolver os problemas e queremos que não se agravem porque pagamos muito para isso".