Medo de perder deixou Sporting longe do título e FC Porto sem bater recorde
Num clássico em que Sporting e FC Porto tiveram mais medo de perder do que vontade de ganhar, as duas equipas repetiram o resultado da época passada e empataram a zero em Alvalade, um resultado que impede os dragões de bater o recorde de vitórias consecutivas em Portugal - embora tivessem igualado o máximo de 18 triunfos estabelecido pelo Benfica de Jorge Jesus em 2010/11 - e de terminar a série negativa de 14 partidas sem vencer no reduto do rival, mas que castiga mais o leão, que vai entrar na segunda volta na quarta posição e a oito pontos do líder.
Apesar da importância e do grau de dificuldade do desafio, leões e dragões resistiram à tentação de reforçar o meio-campo e acabaram por apresentar os onzes habituais, ainda que adotando uma postura mais cautelosa do que nos encontros das jornadas anteriores.
O FC Porto entrou melhor, com mais bola e a conseguir jogar no meio-campo adversário, mas sem chegar com perigo à área adversária - zero remates enquadrados na primeira parte -, até porque os dois conjuntos anularam-se mutuamente a meio-campo, reduzindo o espaço e tapando as linhas de passe. O Sporting foi soltando as amarras a partir do quarto de hora inicial, procurando sobretudo explorar os momentos de contra-ataque para apanhar o adversário desequilibrado, mas o melhor que conseguiu foi um remate de Nani intercetado por Felipe (35 minutos) e outro de Bas Dost que saiu à figura de Casillas (45').
Pelo meio, Sérgio Conceição - que continua sem vencer em Alvalade como treinador, ao sexto jogo - viu-se obrigado a promover uma substituição forçada, devido a lesão de Maxi Pereira, fazendo entrar Óliver para o meio-campo e recuar Corona para o lado direito da defesa.
No segundo tempo, os portistas surpreenderam ao entrar em 4x2x3x1, abandonando a fórmula inicial de 4x4x2 para encostar Marega mais ao corredor direito e preencher a zona central com Danilo e Óliver nas costas de Herrera, com Soares como único ponta de lança. A mudança surtiu alguns efeitos, pois até à hora de jogo o FC Porto criou as suas únicas ocasiões de golo: uma finalização de Soares defendida por Renan (56') e um remate de Marega ao lado (60').
O jogo tornou-se um pouco mais partido com o desenrolar dos acontecimentos, mas o Sporting, que ficou privado do lesionado Bruno Gaspar no início da segunda parte, só criou perigo através de remates de fora da área. Bruno Fernandes (62') e Gudelj (77') bem encheram o pé, mas do outro lado estava um experiente e muito concentrado Iker Casillas. Bas Dost, de regresso ao onze após ter falhado o duelo com o Tondela, continua sem marcar ao FC Porto.
Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa).
Assistência: 45.174 espetadores.
Sporting: Renan, Bruno Gaspar (Ristovski, 47), Mathieu, Coates, Jefferson, Gudelj, Bruno Fernandes, Wendel (Petrovic, 90), Nani, Diaby (Raphinha, 81) e Bas Dost.
Treinador: Marcel Keizer.
FC Porto: Casillas, Maxi Pereira (Oliver, 43), Militão, Felipe, Alex Telles, Herrera, Danilo (Hernâni, 83), Brahimi, Corona, Marega e Soares (Fernando Andrade, 75).
Treinador: Sérgio Conceição.
Disciplina: cartão amarelo para Herrera (11), Jefferson (16), Bruno Fernandes (33), Felipe (39), Coates (85), Raphinha (87), Marega (89) e Fernando Andrade (90+4).