Advogada de Mayorga confirma: queixa contra Ronaldo passa para outro tribunal
A queixa de violação apresentada por Kathryn Mayorga contra o futebolista português Cristiano Ronaldo nos Estados Unidos mantém-se, tendo apenas mudado de tribunal, confirmou uma das advogadas da antiga modelo norte-americana à Agência France Presse.
"As acusações não foram retiradas. Apenas retirámos a nossa queixa ao nível do Estado (do Nevada), porque apresentámos uma idêntica perante um tribunal federal", disse Larissa Drohobyczer, que representa a queixosa.
Ao DN, os serviços do Tribunal Estadual do Nevada já tinham confirmado esta quarta-feira a retirada dessa queixa inicial de Mayorga, noticiada inicialmente pela Bloomberg, tendo remetido via e-mail o documento entregue no dia 9 de maio pelos advogados da norte-americana para desistir do processo - e entretanto publicado na rede social Twitter.
No entanto, Mayorga interpôs então uma outra ação no tribunal federal de Nevada, onde deu entrada a 28 de janeiro. Foi entregue a uma juíza e desde 8 de abril - ou seja, um mês antes da retirada da outra queixa - que não há registos públicos de consultas do processo. Ao DN, os advogados portugueses do jogador - da sociedade Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados - disseram que não iriam comentar o caso.
O documento que comprova a desistência do processo inicial no Tribunal Estadual do Nevada não adiantava pormenores sobre a decisão nem se esta estaria relacionada com um acordo entre o futebolista e Kathryn Mayorga sobre uma acusação que chegou a fazer cair em 15% as ações da Juventus. No entanto, a passagem do processo para um outro tribunal poderá indicar uma nova estratégia e até a existência de um processo crime e não apenas um pedido de indemnização.
Em março, o New York Times tinha noticiado que a equipa campeã italiana não iria participar na Internacional Champions Cup que se realiza o verão nos EUA para evitar o risco de Ronaldo ser detido na sequência das investigações à queixa por violação.
Cristiano Ronaldo foi acusado a 27 de setembro do ano passado de ter abusado sexualmente de Kathryn Mayorga em 2009 na suíte de um hotel em Las Vegas. Na queixa a norte-americana admitiu que inicialmente tinha aceitado um acordo para não falar sobre o assunto numa altura em que estava a sofrer um grande trauma emocional e que só por isso é que tinha decidido avançar com a queixa passados praticamente dez anos. Na altura o jogador terá pagado cerca de 300 mil euros para Kathryn não falar sobre o tema.
O processo contra Ronaldo foi aberto alguns meses após a sua transferência do Real Madrid para a Juventus e o atleta sempre negou que tivesse violado Kathryn Mayorga num altura em que jogava nos ingleses do Manchester United.
No decorrer das investigações a polícia de Las Vegas chegou, segundo o New York Times a pedir uma amostra do ADN do jogador às autoridades italianas.