FIFA quer limitar as comissões dos empresários de futebol

A FIFA pretende avançar com a proibição dos agentes poderem estar em mais de um lado nas negociações de transferências de jogadores e introduzir um limite nas comissões, com o máximo de 10%
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A FIFA quer limitar os ganhos e os valores das comissões dos agentes e empresários de futebol, quantia que tem subido todos os anos e que ultrapassou os 500 milhões de euros em 2019, revelou esta sexta-feira o organismo.

De acordo com a FIFA, no ano passado, os agentes faturaram um total de 541 milhões de euros, um valor quatro vezes maior do que registado em 2015.

Por essa razão, o organismo que rege o futebol mundial vai avançar com um novo código de conduta e um processo de regularização dos empresários, algo que já existiu no passado, mas que foi descontinuado em 2015 pelo suíço Joseph Blatter, na altura presidente.

A FIFA pretende avançar com a proibição dos agentes poderem estar em mais de um lado nas negociações de transferências de jogadores e introduzir um limite nas comissões, com o máximo de 10% caso o empresário atue em nome do clube vendedor, 6% pelo clube comprador e 3% pelo jogador.

"Este não é um plano contra os agentes. É um plano para eles e para o futebol. Os padrões éticos têm de ser alterados", disse o espanhol Emílio Garcia, diretor para os assuntos jurídicos da FIFA.

O organismo espera aperfeiçoar o novo regulamento durante 2021 com o objetivo de ser implementado e entrar em vigor no ano seguinte.

O superagente, como já lhe chamaram, voltou a ser o rei do mercado. Habitual presença entre os que mais negócios fazem no mercado de transferências - e também dos que mais lucram com ele - Jorge Mendes movimentou mais de 300 milhões de euros num mês. Apesar de não ser o empresário da maior parte dos jogadores foi ele o intermediário dos maiores negócios do futebol português ou que envolveram atletas nacionais. Para o The New York Times, o agente de CR7 e Mourinho entre muitos outros é o "grande vencedor" do período de transferências.

Esteve envolvido no negócio de Rúben Dias do Benfica para o Manchester City (por 68 milhões), de Diogo Jota do Wolves para o Liverpool por 49 milhões e de Semedo do Liverpool para o Wolverhampton (30 milhões). Também foi ele que levou dois jovens do FC Porto (Vítor Ferreira e Fábio Silva) por cerca de 60 milhões. Desse valor, 10% foi para pagar comissões a agentes, segundo anunciou o Porto, com a maior parte a ir para Mendes.

Além disso mediou as saídas de Vinícius do Benfica para o Tottenham (empréstimo com cláusula de compra obrigatória de 45 milhões de euros) e de Danilo do FC Porto para o PSG (empréstimo com cláusula de compra obrigatória de 20 milhões de euros).

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