Desportos
06 dezembro 2019 às 16h02

Abandona o ténis para construir família, viajar e falar sobre a artrite reumatoide

Aos 29 anos, Caroline Wozniacki anuncia a saída dos courts. Foi diagnosticada com a doença em 2018, mas não é isso que a faz abandonar

Isaura Almeida

Caroline Wozniacki (29 anos) vai retirar-se do ténis após o Open da Austrália, que se realiza entre janeiro e fevereiro de 2020. A dinamarquesa quer dedicar-se à família e à luta da artrite reumatoide, doença com que foi diagnostica em 2018. "Nos últimos meses apercebi-me que há muito mais na vida que eu gostaria de alcançar fora dos courts. Casar com o David era uma dessas metas, começar uma família com ele enquanto continuo a viajar pelo mundo e ajudar na consciencialização sobre artrite reumatoide são paixões que tenho para seguir em frente", afirmou a jogadora, explicando que a decisão " nada" teve a ver com a saúde e não é um adeus definitivo.

Diagnosticada em 2018 com artrite reumatoide, a tenista confessou que os primeiros sintomas surgiram quando começou a sentir algum cansaço após o torneio de Wimbledon (2018) e sentiu dificuldades em levantar os braços. Foi aí que consultou vários especialistas e que lhe foi diagnosticada a doença, que causa inflamações nas articulações, gera cansaço e dores. A tenista não deixou de jogar, mas a quebra no ranking foi evidente. Wozniacki, que já foi número, acabou em 37.º posto da lista WTA.

Caroline é filha de pais polacos e ex-atletas, mas nasceu na Dinamarca (Odense). O pai Piotr Wozniacki, um de seus treinadores, jogou futebol na Polónia e na Alemanha, até ir jogar para a Dinamarca e por lá ficar. A mãe jogou na seleção polaca de voleibol e o irmão mais velho, Patrik, é jogador de futebol no FC Græsrodderne (Dinamarca). Por isso, se não tivesse sido tenista, provavelmente, seria atleta de uma outra modalidade qualquer. Faz paddle e gosta especialmente de comer.

Em 2014 propôs-se a correr a Maratona de Nova Iorque, desafio que superou e com um bom tempo para uma amadora. Tornou-se mesmo benemérita da fundação New York Road Runners, que tem um programa de treino para crianças carenciadas, a quem Wozniacki já doou mais de 80 mil euros. Dinheiro esse que recebe por participar em eventos sociais, afinal foi eleita a tenista mais sexy em 2016, ano em que pousou nua para a Sports Illustrated.

Caroline Wozniacki é pela igualdade de géneros no ténis e contra os rankings mundiais, que "não fazem muito sentido". Esteve perto de abandonar o ténis quando estava no auge devido a uma desilusão "de morte", quando foi deixada pelo então namorado, o golfista Rory McIlroy, meses antes do casamento. Passou por anos complicados e esteve perto de abandonar o top 100, mas no final de 2016 voltou à boa forma e entrou em 2017 melhor ainda. Além de reencontrar o amor ao lado de David Lee (jogador dos Spurs, da NBA),o atual marido.

Agora ao fim de uma carreira de quase 15 anos, Wozniacki, que chegou a ser número 1 mundial e venceu 30 títulos WTA, incluindo o Open da Austrália em 2018, decidiu abandonar para se dedicar à família e à causa da artrite reumatoide.