Dragões gastam as pilhas na primeira parte e deixam dois pontos no Jamor
O FC Porto cedeu este domingo um empate 1-1 no Estádio Nacional frente ao Belenenses SAD, numa partida em que até começaram em grande estilo. Os azuis marcaram na primeira vez que remataram à baliza, mas os dragões reagiram e empataram antes do intervalo, mas no segundo tempo foram incapazes imprimir o mesmo ritmo e intensidade e acabaram por ser punidos com a perda de dois pontos.
Este resultado deixa o Benfica mais confortável na liderança, com quatro pontos de vantagem sobre o FC Porto, que no Jamor colocou ponto final a uma série de três vitórias consecutivas no campeonato. Quanto aos azuis somaram o terceiro empate na I Liga, estando agora no 12.º lugar.
Os dragões entraram com tudo no Jamor, com uma pressão muito alta à saída da área dos azuis e bastante agressivos, razão pela qual durante os primeiros 15 minutos estiveram muito pouco tempo sem a posse da bola.
A equipa de Pedro Ribeiro procurava sair a construir desde a sua baliza, mas não conseguia fazer três passes seguidos e a linha de meio-campo ficava muito longe para os azuis.
O FC Porto esteve muito perto de se adiantar no marcador por duas vezes, mas curiosamente que o fez foi o Belenenses SAD naquela que foi, praticamente, a primeira vez que a equipa chegou perto da área contrária. Licá subiu pela esquerda e atrasou a bola para André Sousa que cruzou rasteiro para a área, onde apareceu Marcano a cortar a bola para a frente, aparecendo André Santos a rematar colocado para o golo.
Estava aberto o marcador, com muita surpresa, pois os azuis não se mostravam, até então, capazes de incomodar os portistas. No entanto, logo a seguir, esteve à vista o segundo, com Licá a isolar-se e a rematar para uma enorme defesa de Marchesín.
O jogo tornou-se louco, muita velocidade, e o FC Porto à procura da igualdade de forma frenética e com Jesús Corona ligado à corrente. O golo acabou por surgir por Loum (20 minutos), mas acabou por ser anulado pelo VAR porque Danilo Pereira estava em posição de fora de jogo quando fez a assistência para o senegalês.
A equipa de Sérgio Conceição carregou ainda mais no acelerador e ia perdendo boas ocasiões junto da área azul, até que uma perda de bola de Silvestre Varela permitiu o contra-ataque a Jesús Corona, que acabou por ser derrubado de forma infantil por Tiago Esgaio. Alex Telles, chamado à cobrança, fez o empate, marcando pela quarta vez no campeonato.
No segundo tempo, o ritmo de jogo baixou drasticamente, sobretudo por culpa do FC Porto que não conseguiu manter a mesma intensidade. O Belenenses SAD conseguiu ocupar melhor os espaços a meio-campo, condicionando a ligação entre setores do adversário e nos primeiros 20 minutos assistiu-se a maior tempo de posse de bola da equipa da casa, que conseguia jogar no meio campo contrário.
Por essa altura a bola andou sempre longe das balizas e com o passar do tempo os dragões começaram a ficar desesperados, pareciam ter gasto as pilhas todas na primeira parte. Foi então que Sérgio Conceição decidiu lançar Nakajima e Sérgio Oliveira para os lugares do desastrado Wilson Manafá e de Loum. A intenção era clara: ter mais posse de bola, critério no passe e maior criatividade.
É certo que a partir desse momento, o FC Porto recuperou o domínio do jogo, mas não conseguia "apertar" a organização defensiva do Belenenses SAD, que baixou o seu bloco, erguendo uma autêntica muralha à frente da baliza de Koffi, impedido o jogo interior dos portistas.
Só Jesús Corona conseguia dar alguma imprevisibilidade aos dragões, mas os seus raides encontravam sempre a desinspiração de Marega e Zé Luís. Restavam as bolas paradas, que tantas vezes salvaram a equipa de Sérgio Conceição, e foi dessa forma que quase surgiu o golo. Um livre de Sérgio Oliveira levou a bola embater no poste dos azuis, naquela que foi a maior oportunidade até ao final da partida.
À medida que o jogo se aproximava do final, os azuis colocaram dez jogadores atrás da linha da bola e passaram autenticamente a despejar bolas da sua área, abdicando de sair a jogar. Afinal, um ponto frente ao FC Porto é um bom resultado para uma equipa que luta pela manutenção.
Com o apito do árbitro, o desespero ficou estampado nos rostos dos jogadores e treinador dos azuis-e-brancos afinal, depois daquela primeira parte a alta rotação, tinham perdido dois pontos na luta pelo título, deixando o Benfica mais confortável na liderança.
Se há jogador que merecia ganhar este jogo era o extremo mexicano, que do primeiro ao último minuto inventou jogadas, abriu espaços e serviu os companheiros vezes suficientes para que o FC Porto saísse do Jamor com os três pontos. Foi numa dessas suas jogadas que arrancou ainda do seu meio-campo, acabando por ser derrubado dentro da área, daí resultado o penálti que permitiu o golo do empate por Alex Telles.
Veja os melhores momentos da partida:
FICHA DO JOGO
Estádio Nacional, no Jamor
Árbitro: João Pinheiro (Braga)
Belenenses SAD - Hervé Koffi; Tiago Esgaio, Nuno Coelho, Tomás Ribeiro, Chima Akas; Show; Licá (Marco Matias, 87'), André Santos (Hakim Ouro, 74'), André Sousa, Silvestre Varela; Cassierra (Kikas, 69')
Treinador: Pedro Ribeiro
FC Porto - Marchesín; Wilson Manafá (Nakajima, 64'), Pepe, Marcano, Alex Telles; Otávio, Loum (Sérgio Oliveira, 64'), Danilo Pereira, Jesús Corona; Marega (Soares, 82'), Zé Luís
Treinador: Sérgio Conceição
Cartão amarelo a Silvestre Varela (53'), Hervé Koffi (64'), Chima Akas (65'), Tomás Ribeiro (71'), Nuno Coelho (90'+3), Soares (90'+4), Pepe (90'+5), André Sousa (90'+5)
Golo: 1-0, André Santos (15'); 1-1, Alex Telles (32' gp)