Clubes investiram 135 milhões de euros para atacar a Champions
Está de volta a Liga dos Campeões, com dois jogos escaldantes esta terça-feira, que abrem os oitavos-de-final da prova. É o início do tudo ou nada, com o Atlético de Madrid a receber o campeão europeu Liverpool, enquanto o Borussia Dortmund é visitado pelo Paris Saint-Germain, duas partidas com início marcado para as 20.00 horas.
Dois meses e uma semana depois de terminar a fase de grupos, as equipas apuradas para a fase a eliminar procederam a várias mudanças nas suas equipas, desde logo destaca-se o Nápoles que trocou o treinador Carlo Ancelotti por Gennaro Gattuso e investiu 32 milhões de euros em dois jogadores que foram inscritos na Champions: Lobotka, contratado por 20 milhões de euros ao Celta de Vigo, e Diego Demme, que chegou do RB Leipzig por 12 milhões.
Mas quem investiu mais no mercado de inverno foi o Tottenham de José Mourinho. É certo que perdeu Christian Eriksen, mas foi contratar o extremo holandês Steven Bergwijn ao PSV Eindhoven por 30 milhões de euros e garantiu o empréstimo de Gedson Fernanandes junto do Benfica por 4,5 milhões de euros.
No total, as oito equipas que entram na fase a eliminar da Liga dos Campeões investiram qualquer coisa como 135,5 milhões de euros em novos jogadores que podem ser utilizados nesta fase da prova. E, nesse contexto, o futebolista que maior impacto está a ter é o jovem avançado norueguês Erling Haaland, que o Borussia Dortmund foi contratar ao RB Salzburgo por 20 milhões de euros e que já marcou nove golos em seis jogos pela equipa alemã.
Haaland parte para esta fase da Champions como um dos jogadores em melhor forma e sobre quem mais recaem as atenções, a par com Cristiano Ronaldo, pois claro. A estrela da Juventus fez uma fase de grupos abaixo do que é normal, pois marcou apenas dois golos em seis jogos, mas este início de ano de 2020 está a ser esmagador, pois marcou em todos os oito jogos que disputou, contabilizando 12 golos até ao momento. É caso para dizer que o Lyon tem razões para estar preocupado quando na próxima semana (26 de fevereiro) receber a Juventus.
Esta terça-feira as atenções vão para o Estádio Wanda-Metropolitano, onde o Atlético de Madrid, ainda sem João Félix devido a uma lesão muscular, recebe o Liverpool, que é provavelmente a equipa em melhor forma da Europa, como bem atesta a liderança isolada que ocupa na Premier League, com mais 25 pontos que o segundo classificado, o Manchester City, que tem menos um jogo.
Os colchoneros vivem um momento depressivo, pois ocupam o quarto lugar da Liga espanhola e ganharam apenas um jogo em sete partidas, o que faz com que a até agora liderança de Diego Simeone já comece a ser colocada em causa. A Liga dos Campeões será, desta forma, uma espécie de tábua de salvação da época para o Atlético, mas pela frente tem um Liverpool que já tem o título de campeão inglês à vista, 30 anos depois da última conquista, e que irá, por certo, querer juntá-lo à segunda Champions consecutiva.
No Estádio Signal Iduna Park, o Borussia Dortmund tem o enorme desafio de juntar a boa campanha na Bundesliga, onde está a quatro pontos do líder Bayern, ao grande objetivo de chegar, para já, aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, algo que não consegue desde 2016/17. E para isso terá de aplicar mais uma desilusão ao líder destacado da Liga francesa, o Paris Saint-Germain, que desde 2012 tem investido muitos milhões para chegar ao título europeu, mas que o melhor que conseguiu foi chegar aos quartos-de-final.
O PSG, apesar de passear nas provas internas, lida com constantes problemas que envolvem as suas grandes estrelas, como Neymar, Mbappé ou Cavani. O Dortmund está com uma produtividade ofensiva acima do normal desde a chegada de Haaland.
Esta quarta-feira, o Tottenham de José Mourinho terá pela frente o RB Leipzig, segundo classificado da Bundesliga e uma das equipas sensação da Champions, que chega à fase a eliminar com dois reforços de qualidade, os espanhóis Dani Olmo (ex-Dínamo Zagreb) e Angeliño (emprestado pelo Manchester City).
A tarefa de Mourinho não é fácil, pois além do adversário que tem pela frente enfrenta ainda a exigência dos adeptos, que na época passada viveram o melhor momento de sempre nesta competição, quando os spurs chegaram à final, perdida para o Liverpool. A carreira intermitente na Premier League obriga o treinador português a aplicar-se a fundo na Champions.
A dupla jornada desta semana de Liga dos Campeões tem ainda na ementa um jogo entre outsiders. A Atalanta, equipa da moda em Itália, recebe no Estádio Giuseppe Meazza, em Milão, o Valência. Os espanhóis nunca ganharam naquele que é o recinto que mais visitaram nas competições europeias: são quatro empates e duas derrotas.
A Atalanta, quarta classificada na Série A, está a fazer uma Liga dos Campeões extraordinária em ano de estreia, pelo que teoricamente surge em melhor forma para esta eliminatória do que o sexto classificado da Liga espanhola, que não vence há três jogos e tem baixas importantes na equipa, como são os casos dos lesionados Garay, Piccini e Vallejo, além do defesa-central Gabriel Paulista por castigo. Em contrapartida, já conta com o português Gonçalo Guedes, que recuperou de um longo período de lesão.
Na próxima semana disputam-se os restantes quatro jogos da primeira mão dos oitavos-de-final da Champions. Na terça-feira (dia 25) o Chelsea recebe o Bayern Munique, enquanto o Nápoles terá a visita do Barcelona, a outra equipa desta fase a eliminar que se apresenta com um novo treinador, pois Quique Setién rendeu Ernesto Valverde que fez a fase de grupos.
No dia seguinte, será a vez que o Lyon receber a Juventus de Cristiano Ronaldo, enquanto o Real Madrid terá, no Santiago Bernabéu, um duelo com o Manchester City, equipa de Bernardo Silva e João Cancelo, que na semana passada foi suspensa das provas europeias por um período de duas temporadas, a começar já na próxima época.