Benfica deu a volta ao Braga graças aos suspeitos do costume
O Benfica garantiu o apuramento para os quartos-de-final da Taça de Portugal ao vencer o Sp. Braga por 2-1. O Estádio da Luz merecia mais público naquele que foi um excelente jogo, com emoção, jogadas bonitas, muita intensidade e golos.
Os bracarenses começaram por assustar os campeões nacionais, beneficiando de um autogolo de Ferro, e nessa altura pairou a ideia de que a equipa de Ricardo Sá Pinto pudesse repetir o feito de eliminar os encarnados na Luz, tal como aconteceu fez esta quarta-feira cinco anos.
No entanto, Pizzi e Carlos Vinícius, os suspeitos do costume da equipa do Benfica, voltaram a fazer o gosto ao pé e deram a volta ao marcador.
Bruno Lage fez apenas uma alteração no onze que tinha vencido os últimos três jogos, com a entrada de Zlobin para a baliza. O treinador encarnado apostava nas dinâmicas que colocaram a equipa na rota das boas exibições. Havia a dúvida de que Sp. Braga iria apresentar-se na Luz: aquele que tem brilhado na Liga Europa ou o que tem desiludido no campeonato e que tinha perdido em casa no domingo com o Paços de Ferreira.
A resposta a esta dúvida chegou cedo. Os bracarenses com uma pressão muito alta e uma rápida reação à perda da bola, superiorizavam-se nos duelos a meio-campo e partiam rapidamente para o ataque com passes para as alas onde Francisco Trincão à direita e Nuno Sequeira à esquerda, aproveitando as diagonais de Wilson Eduardo para o meio, procuravam cruzamentos para as costas da defesa encarnada.
O Benfica teve um início de jogo muito difícil, sem conseguir assentar o seu jogo. E o resultado disso foram várias situações de aperto junto da baliza de Zlobin até que um cruzamento de Sequeira foi desviado por Ferro para a sua própria baliza. O Sp. Braga colocava-se a vencer aos 14 minutos e ficava muito confortável na partida, pois poderia a partir daí apostar nas transições rápidas, que tanto é do seu agrado.
No entanto, a vantagem minhota durou pouco. É que volvidos cinco minutos, Carlos Vinícius recebeu a bola e entregou a Pizzi, que rematou colocado, ainda fora da área, e bateu Tiago Sá. Estava feito o empate.
O jogo tornou-se ainda mais intenso a partir daí, com o Benfica a manter as dificuldades em ligar o seu jogo. Um livre de Sequeira voltou a assustar a equipa de Bruno Lage, mas a melhor oportunidade da primeira parte foi dos encarnados, quando Chiquinho, lançado na área, rematou ao poste.
Na segunda parte, o Benfica entrou a todo o vapor, à procura de chegar à vantagem. Foram 25 minutos de excelente futebol da equipa de Bruno Lage, que empurrou autenticamente o adversário para o seu meio-campo. As jogadas de perigo sucediam-se junto da baliza de Tiago Sá.
Carlos Vinícius ameaçou primeiro com um cabeceamento defendido pelo guarda-redes após um grande cruzamento de Pizzi, mas logo a seguir o avançado brasileiro foi lançado por um excelente passe de Taarabt e, quando parecia que tinha perdido a oportunidade de alvejar a baliza, eis que rematou, com Tiago Sá a deixar passar a bola por debaixo das mãos.
O Benfica estava finalmente em vantagem aos 62 minutos, mas nem por isso tirou o pé do acelerador, pois os seus jogadores a fazer trocas de bola muito rápidas, evitando que os bracarenses conseguissem chegar a tempo aos duelos. Nesse período, Tiago Sá redimiu-se do erro no segundo golo com duas boas intervenções.
Ricardo Sá Pinto tirou então Wilson Eduardo e colocou Paulinho no ataque para se juntar a Rui Fonte. Uma alteração que colcou muitas dificuldades ao Benfica, que viu o adversário subir as suas linhas e aparecer com perigo junto da sua área.
Paulinho esteve perto do empate num remate em zona frontal, mas foi então que Bruno Lage se decidiu em colocar Samaris no jogo, para bloquear a zona central e tentar que a sua equipa tivesse mais bola.
O certo é que o Sp. Braga passou a ter mais dificuldade em encontrar espaços para atacar, razão pela qual, aos 78 minutos, Sá Pinto arriscou tudo ao tirar o central Wallace para colocar João Novais no meio-campo. Era o risco total que quase permitiu ao Benfica dilatar a vantagem, pois em transições rápidas perdeu duas grandes oportunidades de fazer o terceiro golo.
Num jogo intenso, o Benfica fez prevalecer a melhor qualidade do seu jogo na segunda parte para vencer um Sp. Braga que mostrou aquela que tem sido a sua face europeia... só que desta vez não chegou.
VEJA OS MELHORES MOMENTOS DA PARTIDA:
FICHA DO JOGO:
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Benfica - Zlobin; Tomás Tavares, Rúben Dias, Grimaldo; Pizzi, Gabriel, Taarabt, Franco Cervi (Samaris, 77'); Chiquinho, Carlos Vinícius (Seferovic, 83')
Treinador: Bruno Lage
Sp. Braga - Tiago Sá; Ricardo Esgaio, Wallace (João Novais, 78'), Bruno Viana, Nuno Sequeira; João Palhinha, Fransérgio; Wilson Eduardo (Paulinho, 68'), Francisco Trincão, Ricardo Horta; Rui Fonte
Treinador: Ricardo Sá Pinto
Cartão amarelo a Grimaldo (24'), Wilson Eduardo (26'), Rui Fonte (41'), Pizzi (41'), Carlos Vinícius (57'), Wallace (57'), Rúben Dias (84')
Golos: 0-1, Ferro (14' pb); 1-1, Pizzi (19'); 2-1, Carlos Vinícius (62')