Bruno Lage anunciou ao intervalo que ia ser pai para dar força para a reviravolta

O treinador do Benfica admitiu uma primeira parte em que o Santa Clara foi melhor. E André Almeida revelou o teor do discurso do técnico ao intervalo, para conduzir a equipa à reviravolta no marcador. João Henriques, treinador do Santa Clara, criticou a arbitragem no primeiro golo encarnado e garantiu que até "o empate era lisonjeiro" para os campeões nacionais.
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Bruno Lage, treinador do Benfica, reconheceu que a sua equipa não esteve bem na primeira parte, sobretudo "pela qualidade" do Santa Clara, que rotulou de equipa "muito interessante", lembrando que "no ano passado já tinha causado problemas".

"Faltou-nos essencialmente verticalidade, procurar espaços mais à frente. Fizemos isso muito melhor na segunda parte e passámos a criar várias oportunidades, por dentro e por fora, e acho que acabámos por ser uns vencedores justos contra um adversário muito competente", disse.

Questionado sobre o que tinha dito aos jogadores durante o intervalo, Bruno Lage admitiu que o seu discurso foi para além do normal. "Tivemos de mexer com questões táticas e também com a emoção dos jogadores. É um assunto particular, que fica entre nós. Mas viu-se uma equipa completamente diferente", adiantou.

Só que na zona mista, André Almeida acabou por revelar o conteúdo do discurso do treinador. "Não sei se posso partilhar, mas o mister disse-nos que iria ser novamente pai e que queria juntar a isso uma vitória. Isso deu-nos uma nova força para irmos à procura dos três pontos", revelou o defesa.

Os encarnados vão para a pausa no campeonato por causa das seleções na liderança, que o técnico encarnado definiu como "um objetivo claro". "Estamos na liderança e estamos satisfeitos, mas temos um longo percurso e uma evolução para fazer", admitiu.

João Henrique: "Merecíamos muito mais"

Por sua vez, João Henriques, treinador do Santa Clara, não escondeu a desilusão pela derrota num jogo em que a sua equipa "trabalhou muito". "Há fatores que desequilibram sempre que não conseguimos controlar. Eu trabalho tanto para o futebol português, para dar mais competitividade para que depois equipas como o Benfica sejam mais competitivas na Liga dos Campeões. Fizemos uma primeira parte espetacular, a ganhar justamente e ainda aquém porque falhámos uma oportunidade para fazer o 2-0", começou por dizer no final da partida.

O técnico deixou depois algumas críticas à arbitragem no lance do primeiro golo do Benfica. "Na segunda parte, apesar de o Benfica ter colocado mais um ponta-de-lança e ter sido mais vertical, as oportunidades só surgiram após um lance em que deixo para vocês analisarem e, aí sim, após o empate o Benfica empolgou-se. Mas não me vou esquecer das mais e melhores oportunidades que o Santa Clara criou. O Benfica é a equipa forte que é, com o respeito que temos, mas o Santa Clara mostrou que está no campeonato para conquistar pontos desde que nos deixem fazer o nosso trabalho como sabemos fazer. Não estou sequer a falar do árbitro, existem meios para auxiliar os árbitros para vejam coisas que os árbitros não veem. Não estou a questionar, de todo. Quando se auxilia com VAR, um lance que deu golo é sujeito a análise e não se vê o que eu já vi: houve uma falta sobre o Nené. O lance tem de ser anulado."

"Estivemos perto do 2-0 na segunda parte, aconteceu esse lance", assegurou, admitindo que o sentimento é como um "amargo de boca". "O empate era lisonjeiro para o Benfica, de acordo com as oportunidades de golo. Temos as melhores ocasiões, os mesmos remates à baliza, o Benfica com mais posse de bola, mas no meio-campo deles, fomos fechando os caminhos para a baliza. Recordo os dois lances de golo do Benfica e mais nenhum. Merecíamos muito mais", finalizou.

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