Pantera faz tombar a águia e oferece a liderança ao Sporting

O Boavista alcança a primeira vitória na Liga, e logo com um claro 3-0 sobre o Benfica, que caiu com estrondo da liderança. Quatro anos depois, o leão assume o primeiro lugar de forma isolada.
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Quatro anos e 137 jornadas depois, o Sporting assume a liderança da I Liga de forma isolada. A 12 de setembro de 2016 era Jorge Jesus o treinador, agora é Rúben Amorim a conduzir o leão ao topo do campeonato quando estão decorridas as primeiras seis jornadas.

E os leões bem podem agradecer a um enorme Boavista que pôs a nu as fragilidades do Benfica de Jorge Jesus, vencendo merecidamente por esclarecedores 3-0. E a verdade é que a estratégia de Vasco Seabra até podia ter dado um triunfo mais volumoso à sua equipa, afinal as panteras estiveram sempre mais perto de marcar do que o Benfica, que contabilizou apenas dois remates enquadrados com a baliza, sendo certo que um deles foi já perto do final, por Darwin.

Numa altura em que já se adensavam algumas dúvidas entre os axadrezados, eis que acontece o primeiro triunfo no campeonato, e logo com os primeiros golos obtidos em casa, graças a uma grande solidez defensiva e a um trio - composto por Angel Gomes, Paulinho e Alberth Elis - que arrasou no ataque. De tal forma que igualou os dois maiores triunfos de sempre frente ao Benfica alcançados nas épocas 1998-99 na Luz e 2006-07 no Bessa.

O Benfica cai da liderança com estrondo ao sofrer a primeira derrota na Liga, por um resultado que não acontecia desde o dia 25 de outubro de 2015, quando era orientado por Rui Vitória e perdeu em casa, também por 3-0, com o Sporting, que tinha Jesus no comando.

Os encarnados apostaram em Taarabt no meio-campo e Pizzi como interior direito para dar mais consistência ao meio-campo, e assim exercer maior domínio perante um adversário muito combativo. Só que as contas do treinador do Benfica saíram furadas, pois Vasco Seabra adotou uma estratégia arriscada, mas que resultou em cheio, com a defesa muito subida e com uma pressão muito forte no início da construção dos encarnados.

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Os encarnados começaram desde cedo a sentir dificuldades em circular a bola, os passes errados foram-se acumulando, pois os médios tinham muita dificuldade em encontrar linhas de passe, e assim que recebiam a bola tinham logo um adversário em cima. A única alternativa era fazer lançamentos em profundidade para espaço que os axadrezados deixavam nas suas costas dos seus três centrais (uma novidade de Vasco Seabra). E foi assim que Darwin fez o golo aos 11 minutos, num lance bem anulado pelo VAR por fora de jogo do uruguaio.

A resposta do Boavista surgiu pouco depois, com Angel Gomes a controlar a bola dentro da área, enganando vários jogadores adversários, até que Everton lhe tocou no pé, fazendo penálti. O ex-jogador do Manchester United reaparecia na equipa, após lesão, com um lance de inteligência, tendo ele próprio transformado o penálti que deu vantagem à equipa da casa.

As dificuldades do Benfica aumentaram ainda mais, os boavisteiros ficavam ainda mais confiantes e Angel Gomes ainda se destacava mais. A única jogada de golo que o Benfica teve foi de Vertonghen, que cabeceou à figura de Léo Jardim. Com a pressão sobre os defesas contrários a intensificar-se, eis que o Boavista chegou ao segundo golo em mais uma pincelada de génio de Angel Gomes, que descobriu Alberth Elis para fazer o segundo golo.

Ao intervalo, Jorge Jesus arriscou tudo na tentativa de virar o resultado, lançando em campo Weigl, Rafa Silva e Seferovic para os lugares de Gabriel, Pizzi e Everton. E com o fraco rendimento da equipa ainda arriscou mais com as entradas de Diogo Gonçalves e Franco Cervi para os lugares de Gilberto e Taarabt. O risco total fez que Waldschmidt fosse uma espécie de número 8 da equipa.

Contudo, tirando um cruzamento de Nuno Tavares que Ricardo Mangas cortou quase em cima da linha, a verdade é que o Benfica nunca conseguiu entrar na área adversária, dado que os boavisteiros povoaram bem o corredor central, o que bloqueou autenticamente a construção ofensiva da equipa de Jorge Jesus, treinador que bem tentou dar mais largura com Diogo Gonçalves e Franco Cervi, mas não resultou.

Com os passar dos minutos, a equipa de Vasco Seabra começou a ensaiar contra-ataques que podiam matar o jogo, quase sempre pelo poderoso Alberth Elis. Foi o que aconteceu aos 76 minutos, mas com Paulinho a subir pela direita e a cruzar atrasado para o remate colocado de Hamache, que pôs ponto final à partida.

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FICHA DO JOGO

Estádio do Bessa, no Porto
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)

BOAVISTA - Léo Jardim; Reggie Cannon, Alejandro Gómez, Chidozie Awaziem, Hamache; Manuel Show (Sebatián Pérez,68'), Miguel Reisinho; Gustavo Sauer, Angel Gomes, Paulinho; Alberth Elis
Treinador: Vasco Seabra

BENFICA - Vlachodimos; Gilberto (Diogo Gonçalves, 56'), Otamendi, Vertonghen, Nuno Tavares; Pizzi (Seferovic, 46'), Gabriel (Weigl, 46'), Taarabt (Franco Cervi, 62'), Everton (Rafa Silva, 46'); Waldschmidt, Darwin Núñez
Treinador: Jorge Jesus

Cartão amarelo a Vertonghen (45'+1), Manuel Show (59'), Reisinho (65'), Nuno Tavares (66'), Léo Jardim (80'), Diogo Gonçalves (90'), Otamendi (90'+2)

Golos: 1-0, Angel Gomes (18' gp); 2-0, Alberth Elis (38'); 3-0, Hamache (76')

FILME DO JOGO

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