Blatter quer Mundial 2022 retirado ao Qatar e propõe Estados Unidos
Joseph Blatter, antigo presidente da FIFA, sugeriu numa entrevista ao jornal alemão Bild, que o organismo máximo do futebol mundial deveria retirar a organização do Mundial 2022 ao Qatar e entregá-la a outro país, avançado como hipótese os Estados Unidos. Na base desta ideia de Blatter estão as constantes polémicas relacionadas com alegados esquemas de corrupção na atribuição do Mundial ao Qatar.
"Inicialmente pensei na Alemanha, mas isto significaria que a competição ficaria outra vez na Europa, depois de 2018, e tal não seria possível. O Japão também podia ser uma boa possibilidade, mas julgo que os Estados Unidos, que já vão organizar a prova em 2026 junto com o México e o Canadá, são a melhor opção, até porque já têm a experiência de 1994. Eles seriam capazes, isto não é ficção", referiu Blatter, lembrando que a prova terá 32 seleções e não 48, como chegou a ser idealizado, e que por isso os EUA têm todas as condições para acolher o Mundial.
Em março de 2019, o ex-presidente da FIFA Joseph Blatter já tinha afirmado à AFP que a atribuição ao Qatar do Mundial resultou da intervenção do então presidente francês Nicolas Sarkozy, que terá pedido a Platini, e aos seus aliados, para votar no emirado. De acordo com o suíço, "essas vozes fizeram pender a balança para o lado do Qatar em prejuízo dos Estados Unidos".
As declarações de Blatter ocorreram depois de o Sunday Times ter dado conta de um suposto acordo secreto entre a FIFA e o canal televisivo Al-Jazeera, concluído no período que antecedeu o fim da campanha de candidatura e que previa o pagamento de um bónus de cerca de 75 milhões de euros numa conta da FIFA, caso o Qatar fosse o anfitrião do Mundial 2022. Ainda segundo o jornal britânico, cerca de 427 milhões de euros teriam sido pagos pelo Qatar à FIFA três anos depois, como parte de um segundo contrato de direitos televisivos.
Em 2015, Joseph Blatter demitiu-se do cargo de presidente da FIFA, depois de ter sido acusado de um pagamento ilegal feito a Michel Platini de creca de 1,8 milhões de euros. Blatter defendeu que o pagamento dizia respeito a trabalhos de consultoria que o francês fez para a FIFA, que terão começado a 25 de agosto de 1999, e que ambos fizeram um "acordo verbal" para o efeito. Porém, em novembro de 2015 o Comité de Ética da FIFA suspendeu provisoriamente de Blatter e Platini de qualquer atividade relacionada com o futebol durante 90 dias e acabou por bani-los por oito anos no mês seguinte. O francês disse estar em paz com a sua consciência, mas acabou por ser forçado a deixar a UEFA.