Bayern goleia Hoffenheim em jogo insólito. Jogadores recusaram jogar últimos minutos
O Bayern Munique manteve a liderança isolada da Bundesliga, ao golear o Hoffenheim (6-0). A partida da 24.ª jornada ficou marcada pelo comportamento dos adeptos bávaros nas bancadas e a reação insólita dos jogadores em campo.
O árbitro Christian Dingert foi obrigado a interromper o encontro aos 78 minutos, devido aos cânticos e às tarjas exibidas pelos adeptos do Bayern a criticar o bilionário dono do Hoffenheim, Dietmar Hopp, situação que levou as equipas a abandonarem temporariamente o relvado.
O jogo prosseguiu instantes depois, mas com os jogadores de ambas as equipas junto ao meio-campo, a trocar a bola uns com os outros, num cenário improvável, e depois, a baterem palmas aos adeptos até que o tempo de jogo terminasse.
No final do jogo, Karl-Heinz Rummenigge lamentou e condenou os protestos dos adeptos do Bayern."Sinto-me envergonhado. Pedi desculpas a Dietmar Hopp [proprietário do Hoffenheim] mas na verdade não há desculpa para isto...", disse o diretor geral do clube bávaro, lembrando que "é tempo" para a liga e a federação abrirem os olhos para o que se passa nos estádio e tomar medidas.
O administrador do Bayern garantiu que o clube vai "agir com a dureza necessária" para punir os responsáveis pelas ofensas e enalteceu ainda a atitude dos jogadores de ambas as equipas.
Também Hans-Dieter Flick, treinador do Bayern, se mostrou "dececionado": "A exibição da equipa passou para segundo plano. São coisas que causam perplexidade e raiva."
Por estranho que possa parecer também, o dono do Hoffenheim também foi alvo de insultos no jogo entre o Borussia e o Friburgo, facto que levou o árbitro a ameaçar suspender a partida. O jogo esteve mesmo interrompido durante breves instantes e o speaker do estádio teve de pedir aos adeptos para pararem com os cânticos de forma a que a partida pudesse prosseguir.
Mas porque é tão odiado o bilionário e polémico dono do hoffe? Segundo a imprensa alemã, a questão é simples. O futebol alemão tem uma regra em vigor ("50+1"), um regulamento que impede que um investidor privado tenha mais do que 49% das ações '50+1'. Uma regra, que Dietmar Hopp não cumpre, já que tem o controlo do clube, que na altura estava na quinta divisão alemã. Além do Hoffenheim, propriedade do dono da empresa de telecomunicações SAP, há ainda mais duas exceções: o Wolfsburgo que é propriedade da Volkswagen e o Bayer Luverkusen que é da farmacêutica Bayer.
Em campo, o campeão alemão resolveu o jogo nos primeiros 15 minutos, ao marcar três golos, para chegar ao intervalo já a vencer por 4-0. Serge Gnabry (2 minutos), que fez o seu sexto golo nos últimos quatro jogos oficiais, Joshua Kimmich (7'), o holandês Joshua Zirkzee (15'), o brasileiro Philippe Coutinho (33' e 47') e León Goretzka (62') apontaram os golos dos forasteiros.
O Bayern soma agora 52 pontos, mais quatro do que Leipzig, que conta menos um jogo, e Borussia Dortmund, que venceu o Friburgo (1-0). Com 34, e sem vencer há quatro jogos, o Hoffenheim segue em oitavo.
No Signal Iduna Park, o Dortmund, com o internacional português Raphäel Guerreiro de início, venceu pela margem mínima o Friburgo, graças ao golo solitário do inglês Jadon Sancho, aos 15 minutos.
No sul da Alemanha, os golos do argelino Ramy Bensebaini (49') e de Lars Stindl (53' e 79') foram suficientes para o Borussia Mönchengladbach, quarto, com 46 pontos, sair com a vitória no reduto do Augsburgo, que ainda encurtou distâncias por Eduard Lowen (57') e pelo islandês Finnbogason (83'), mas insuficiente para tirar a sua equipa do 12.º posto, com 27 pontos.
Na fuga à zona de despromoção, o anfitrião Mainz alcançou um importante triunfo (2-0) frente ao aflito e último classificado Paderborn, que mantém os 16 pontos, enquanto os locais têm agora 25, na 15.º posição, a primeira acima da 'linha de água'.
Ainda este sábado, o Schalke 04, que não vence há cinco jogos para a Bundesliga, desloca-se ao reduto do Colónia, um jogo com início agendado para as 17.30.