Revolução do futebol amador e o nascer da III Liga. Como tudo vai funcionar

Nova prova só entra em ação na época 2021-22 e integrará 24 equipas, mas o Campeonato de Portugal, que passará a ser o quarto escalão do futebol português, começa a sofrer mudanças já na próxima época.

A Federação Portuguesa de Futebol resolveu criar uma nova competição a partir de 2021-22. A III Liga vai dar acesso à Liga Pro (II Liga) e remete o Campeonato de Portugal (CP) para o quarto escalão do futebol português, acima das competições distritais. Este é o "amplo plano de emergência e reestruturação do terceiro escalão do futebol sénior masculino português, resultado da reflexão dos últimos seis meses com as associações e demais sócios FPF", segundo a FPF.

O organismo federativo já andava a pensar na reestruturação dos campeonatos, mas a paragem das competições devido à pandemia levou a acentuar as dificuldades financeiras dos emblemas, o qque levou a FPF a avançar com a reformulação dos quadros competitivos.

Em comunicado, a Federação Portuguesa de Futebol justifica este plano com a intenção de integrar "o maior número possível de projetos equilibrados, aumentar a competitividade, melhorar a qualidade de jogo , aproximar os adeptos do futebol local e criar espaços de desenvolvimento para o jovem jogador português na transição dos sub-19 para os seniores, assim como garantir um formato adequado ao que se prevê venha a ser a próxima época, no quadro da pandemia COVID-19".

Como a Federação resolveu dar por cancelados os campeonatos não profissionais e determinou que não haverá despromoções, em 2020-21, na próxima época, o CP ainda será o terceiro escalão e será composto por 96 equipas: as duas que descem do segundo escalão (Cova da Piedade e Casa Pia), 70 que transitam, 20 que sobem das competições regionais e mais quatro novas equipas B.

No ano a seguir (2021-22) começa então a III Liga, que terá 24 equipas, enquanto o Campeonato de Portugal ficará com 60 (menos 10 do que o formato atual). Em 2022/23, estão previstas 24 equipas na III Liga e 56 no CP e, na seguinte, 20 no terceiro escalão e 56 no CP, sendo este o formato definitivo das competições.

Para começar, em 2020/21, o Campeonato de Portugal será dividido em duas fases. Primeiro haverá oito séries com 12 equipas cada: os oito primeiros classificados passam à segunda fase de disputa da subida à II Liga; as equipas do segundo ao quinto lugar de cada série passam à segunda fase de disputa da presença na III Liga; os quatro últimos classificados de cada série descem aos distritais.

Depois, na segunda fase, passa a haver duas séries de quatro equipas a lutar pela promoção, com o primeiro classificado de cada a subir à II Liga; e oito séries de oito equipas, com os primeiros dois de cada a passarem para a III Liga e as restantes a permanecerem no Campeonato de Portugal.

Para não baixar o nível, todos os jogadores profissionais dos clubes da futura III Liga terão como valor de remuneração base o salário mínimo nacional (635 euros). A taxa de jogo vai ser reduzida e o valor de inscrição de jogadores também vai ser reajustado, num pacote de medidas enquadradas mais amplo para enquadrar no nono cenário competitivo.

Futebol feminino também muda e já em 2020-21

Também no futebol feminino haverá mudanças para ajudar ao crescimento da modalidade, auxiliando mais clubes, como forma de manter o número de praticantes e a competitividade da prova e das seleções nacionais. Assim em vez de um campeonato principal com 12 equipas, o primeiro escalão do futebol feminino nacional vai jogar-se em duas séries de dez equipa já em 2020-21. Mantêm-se assim as 12 equipa da Liga BPI que foi cancelada e serão promovidas as oito vencedoras de série da II Divisão.

Na segunda fase, as quatro primeiras de cada série apuram-se para a fase de apuramento de campeão e as restantes seis de cada série jogarão pela manutenção. Na próxima época descerão seis equipas para que a época 2021-22 tenha apenas 16. O que significa que só duas equipas podem subir.

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