Velho de punhos cerrados adiou o golpe que Samu não perdoou
O FC Porto alcançou este domingo uma difícil e justa vitória diante do Farense, por 2-1, num jogo marcado por uma grande exibição do guarda-redes do Farense, Ricardo Velho - fez, no mínimo, sete defesas com uma classe tremenda, adiando a festa do FC Porto, que viu ainda quatro bolas serem devolvidas pelos ferros. A partida ficou também marcada pelas estreia dos reforços Nehuén Pérez e Francisco Moura no onze portista, e pelo primeiro golo de Samu de dragão ao peito.
Vítor Bruno fez algumas alterações em relação ao onze que iniciou o jogo com os leões - João Mário, Nehuén Pérez e Francisco Moura entraram para os lugares de Martim Fernandes, Zé Pedro e Vasco Sousa -, mas se duas alterações foram, digamos, homem por homem, a chegada de Francisco Moura permitiu voltar a colocar Galeno em terrenos mais adiantados, ele que viveu uma semana difícil - chegou a ter as malas feitas com destino ao futebol árabe a troco de muitos milhões, mas acabou por ficar e os adeptos portistas fizeram-lhe uma homenagem ao minuto 13, número da camisola, com aplausos que o jogador agradeceu...
O jogo prometia ser trabalhoso para os portistas, que atuaram num 4X2X3X1, sobretudo para os homens da frente, tendo em conta que o Farense, com humildade, como que a reconhecer a qualidade do opositor, atuou com muitas cautelas defensivas, com uma linha de cinco à frente de Ricardo Velho (5X3X2).
José Mota, técnico dos algarvios, jogava com as armas que tinha e contou com a ajuda preciosa de Ricardo Velho. Foi à luz do dia, num horário do antigamente, que o guarda-redes do Farense assinou uma exibição absolutamente notável, que evitou uma catástrofe para a sua equipa.
O primeiro remate perigoso até foi devolvido pelo poste, por João Mário (3’). O Farense reagiu (bom remate de bicicleta de Tomané ao minuto 5), e depois começou a primeira parte do show de Ricardo velho - ao minuto 12 evitou o golo de Nico González, que desviou um remate de Galeno e, na recarga, Otávio cabeceou ao poste. Aos 15’ voltou a impedir o golo a Galeno e assinou novas grandes defesas a remates de Pepê (18’), Nico González (35’) e Iván Jaime (40’). Com Velho a um nível de excelência, os dragões lá foram gerindo os ritmos do jogo, alternando fases de maior velocidade com outras mais calmas.
O primeiro golo lá acabou por aparecer logo no início da segunda parte (48’), através de um penálti marcado por Galeno. E quando se pensava que as coisas iam ser mais fáceis para os portistas, a reação rápida do Farense permitiu aos algarvios chegar ao empate aos 51’ - Otávio distraiu-se e Tomané não facilitou. O Farense cresceu nesta fase e Moreno, primeiro (55’), e Rafael Barbosa, depois (56’), testaram a atenção de Diogo Costa.
Os dragões voltaram então à carga e se, ao minuto 66, Nico González viu a bola ser devolvida pelo poste, no minuto seguinte começou a segunda parte do show de Ricardo Velho, com o guarda-redes a negar o golo a Pepê. Aos 71’ Galeno atirou à barra, e no minuto seguinte o guardião do Farense voltou a fazer outra grande defesa a remate do número 13 portista.
Um filme já visto na primeira parte, mas com uma grande diferença: desta vez, os dragões marcaram mesmo, por Samu, ao minuto 75, acabando por conseguir chegar à vitória com justiça. O dragão pôde, então, festejar. E acabou por merecer a vitória que Ricardo Velho foi adiando...
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