Vela portuguesa faz história com a primeira medal race em 49er

Regata das medalhas é na segunda-feira e conta com a dupla Jorge Lima/José Costa.
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A vela portuguesa conquistou hoje a sua primeira medal race nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, na classe 49er, com a dupla Jorge Lima/José Costa a partir para a regata decisiva de segunda-feira no sexto lugar.

Hoje, com três regatas para disputar, da 10.ª à 12.ª, a experiente equipa portuguesa começou com um 11.º lugar, com ventos fracos e instáveis, porém, quando estes perderam a imprevisibilidade, os portugueses navegaram como mais gostam e obtiveram duas quartas posições.

As tripulações transportam a pontuação da primeira fase da prova que, na regata decisiva, vale a dobrar: o diploma olímpico, reservado aos oito primeiros, está bem encaminhado, porém a medalha é um sonho mais difícil de atingir.

Este é já o melhor resultado olímpico dos velejadores que, juntos, tinham estado no Rio 2016, onde foram 16.º; José Costa tinha sido olímpico também em Pequim 2008, quedando-se pelo 11.º com Francisco Andrade.

"A esperança é última a morrer. Viemos com uma postura e vamos mantê-la: profissionalismo, honrar a nossa bandeira e cores nacionais, e tentar dar grandes alegrias às nossas famílias, amigos e a Portugal", resumiu José Costa, à agência Lusa.

Os especialistas a velejar em ventos fracos partem segunda-feira com 72 pontos, a 20 dos líderes, os neozelandeses Peter Burling e Blair Tuke, com 52, que têm vantagem de quatro pontos para as duplas da Grã-Bretanha, Dylan Fletcher/Stuart Bithel, e da Espanha, Diego Chever/Iago López Marra, igualadas com 56.

"Sem imprevistos, este já é um resultado excelente. Está dentro das nossas expectativas. Fizemos um grande trabalho, com excelentes profissionais que nos ajudaram com a cabeça e o corpo, para nos mantermos concentrados a lidar com a pressão e com os adversários", elogiou.

O velejador algarvio, que acredita ter "praticamente garantido um diploma olímpico", entende que a dupla podia ter "feito ainda melhor", contudo recordou que em Tóquio 2020 compete somente "a elite da vela mundial"

"Nos últimos anos, sofremos bastante. Tem sido difícil manter a crença e confiança do que verdadeiramente podemos fazer. Mostrámos aqui o nosso verdadeiro potencial", concluiu.

Jorge Lima reconhece que chegar ao pódio "não está nas mãos" da equipa, pois "depende do resultado de outros", contudo promete "luta, empenho e compromisso total enquanto isso for matematicamente possível".

"Lutaremos enquanto for possível. Não é fácil, mas não somos de desistir", acrescentou, não se importando que na segunda-feira os ventos sejam fracos como hoje, pois a dupla é tida como "grande especialista" nestas condições.

Costa e Lima deixaram ainda uma mensagem de "incentivo" para Diogo e Pedro Costa, que após terem disputado seis das 10 regatas seguem em 12.º, com 51 pontos, a 10 do objetivo - com 20 tripulações em prova, há 80 pontos em discussão.

"Todos os dias lhes passamos uma mensagem de energia e confiança. Estão na sua primeira participação olímpica, são miúdos impecáveis, concentrados, focados, esforçados e ouvem cada sílaba com humildade. Têm todo o potencial para segunda-feira estarem a celebrar o mesmo que nós, a entrada na desejada medal race", concluiu Jorge Lima.

Hoje, foi dia de descanso para a classe 470. Os dois velejadores, que cumprem a estreia olímpica, completam duas provas no domingo e outras duas na segunda-feira.

Carolina João foi a primeira velejadora lusa a terminar a sua participação nos Jogos Olímpicos, tendo regressado a Portugal com a 34.ª posição na classe Laser Radial.

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