Triunfo histórico sobre Arsenal coloca Sporting nos quartos
Equipa de Rúben Amorim foi a Londres eliminar o Arsenal nas grandes penalidades (5-3). Adán fechou a baliza, Pote fez um golaço e Nuno Santos o penálti decisivo.
Uma defesa de Adán e um golo de Nuno Santos colocaram o Sporting no quartos de final da Liga Europa. Depois de um empate nos 90 minutos e no fim do prolongamento (1-1), os leões levaram a melhor sobre o Arsenal nas grandes penalidades (5-3), que desempataram um duelo tão equilibrado quanto emocionante e bem jogado. O sorteio dos quartos de final é nesta sexta-feira, em Nyon, onde também estará o Benfica para conhecer o adversário dos quartos da Champions.
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Para seguir em frente era preciso vencer em Inglaterra, algo que os leões não conseguiam desde que foram ganhar a casa do Middlesbrough (3-2) nos oitavos de final da Taça UEFA 2004-05, num ano em que o Sporting só foi travado na final pelo CSKA de Moscovo. Agora, 18 anos depois, novo triunfo, que permite repetir os quartos de 2011/12 e 2017/18 e juntar mais 1,8 milhões de euros aos 36,8 milhões já ganhos.
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As ausências por castigo de Coates e Morita levaram Rúben Amorim a fazer duas alterações em relação ao onze utilizado no encontro da primeira mão (2-2), apostando em Diomande e Ugarte no Emirates. Adán recuperou de lesão e defendeu a baliza que é dele há mais de três anos ostentando a braçadeira de capitão, que dignificou com uma exibição de luxo.
Arteta tinha prometido fazer melhor do que em Lisboa e talvez por isso promoveu mais mexidas no Arsenal. Ramsdale, Tomiyasu, Gabriel e Gabriel Jesus começaram de início, mas duas lesões em 20 minutos obrigaram o técnico a mexer na estrutura, sem tirar ambição aos gunners, que contaram com Fábio Vieira de início.
A excelente entrada no jogo dos leões tinha no drible de Trincão uma explicação lógica embora enganadora. O remate aos 13 minutos passou centímetros ao lado da baliza... e com ele a esperança do Sporting entrar a vencer. Foi também por centímetros que Esgaio falhou um corte e a bola acabou na baliza de Adán, que ainda se impôs ao remate de Martinelli, mas nada pôde fazer para travar o remate-recarga de Xhaka para o 1-0.
O guarda-redes já tinha aguentado o forte no jogo de Alvalade e voltou a ser o melhor leão com três intervenções de grande nível e um lançamento que isolou Marcus Edwards. O inglês tinha tudo para fazer o empate, mas foi curto de vista e rematou contra as únicas pernas que lhe bloqueavam o caminho para a baliza.
A partir desta altura, a equipa de Arteta instalou-se no meio-campo leonino e não escondia as reais intenções de chegar ao segundo golo. O Sporting de Amorim pedia descanso e alguém que lidasse com o génio de Gabriel Jesus, com fome de bola após meses de paragem. Antes do intervalo, St. Juste teve o corredor aberto para a baliza, mas atirou para as bancadas. Ugarte teve o mérito de ser ele a descobrir o caminho para a baliza, mas viu a bola desviada para canto.
Para além de ter de lidar com a armada inglesa, os leões tinham ainda de lidar com os velhos problemas de eficácia (ou a falta de...). Leões e gunners acabaram a primeira parte com o mesmo número de remates (5), mas com uma diferença gigantesca: os 5 ingleses foram à baliza, enquanto os dos leões passaram ao lado ou por cima.
Pote mudou tudo
Em desvantagem por margem recuperável e com 45 minutos para jogar, a equipa de Rúben Amorim entrou no segundo tempo a empurrar o Arsenal. Parecia que os londrinos tinham deixado o instinto matador no balneário e pagaram caro pela ousadia.
Pedro Gonçalves libertou-se das amarras defensivas e viu Aaron Ramsdale adiantado e fora da baliza, ousando rematar quase do meio campo, num golo de levantar o estádio.
O golo do empate intranquilizou o líder da Premier League e Paulinho ia tendo cabeça para o 2-1 logo de seguida. Tal como na primeira parte, Edwards voltou a dispor de nova oportunidade para marcar, mas acertou em cheio na cara do guarda-redes. Deve ter doído a Ramsdale e na alma sportinguista mais um desperdício...
Nos últimos 15 minutos o jogo tornou-se mais cerebral. Amorim só mexeu na equipa aos 85 minutos (Paulinho por Chermiti). Mais do que querer ganhar, ninguém queria perder e por isso foi preciso jogar mais meia hora de prolongamento e mesmo assim só foi possível encontrar o vencedor nas grandes penalidades. E acabou por ser o Sporting do super-Adán, que assim venceu pela primeira vez o Arsenal em seis jogos e apurou-se para os quartos de final da Liga Europa num noite memorável.
isaura.almeida@dn.pt