Simone Biles regressou a uns Jogos Olímpicos, venceu e conseguiu o seu segundo ouro na competição.
Simone Biles regressou a uns Jogos Olímpicos, venceu e conseguiu o seu segundo ouro na competição.Loic VENANCE / AFP

Simone Biles volta ao topo e faz história. Filipa Martins fala em “sonho realizado”

O regresso da ginasta americana entra para a história: Biles tornou-se na primeira mulher desde 1968 a vencer dois títulos da modalidade. Com o 20.º lugar final, Filipa Martins escreveu a melhor página olímpica da ginástica artística portuguesa.
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Regressou, viu, venceu e escreveu história: Simone Biles está de volta ao ouro olímpico, depois de dois anos afastada da competição, devido a problemas de saúde mental que a fizeram abdicar em Tóquio2020 do concurso individual de ginástica artística.

Mas todas essas questões estão ultrapassadas. E, esta quinta-feira, a ginasta americana de 27 anos voltou ao topo da modalidade. Com a brasileira Rebeca Andrade (vice-campeã em Tóquio) atenta e a um nível muito elevado, não tendo nenhuma pontuação abaixo de 14 (em 20 pontos possíveis), Biles não se amedrontou. Não obstante a pontuação mais fraca do que a adversária nas barras assimétricas, a norte-americana superiorizou-se e, no salto sobre o cavalo, conseguiu a pontuação mais alta de entre todas as ginastas (15,766). Na ronda final, onde competiu no solo (com a arena toda em apoteose), conseguiu outra nota 15 e, após terminar, até Rebeca Andrade a aplaudiu de pé, já contando que não iria alcançar o título olímpico (apesar de ter conquistado a prata, o mesmo resultado no all-around de Tóquio2020).

Com o novo título olímpico individual (depois de já o ter conquistado no Rio de Janeiro, em 2016), Simone Biles entra para a história, ao tornar-se a primeira mulher desde 1968 a vencer dois títulos no all-around de ginástica. A última a fazê-lo fora a checoslovaca Vera Caslavska, em 1964 e em 1968.

A alegria de Biles contrastou com a tristeza da italiana Alice D’Amato, que foi destronada no último exercício pela americana Sunisa Lee. Até então, o último lugar do pódio era ocupado pela ginasta italiana (que ficou visivelmente frustrada), mas, por apenas 0,132 pontos, o bronze acabou por ir mesmo para a americana, a campeã em título à entrada para esta final.

Filipa Martins fica no top-20 olímpico

Para a história entrou também a ginasta portuguesa Filipa Martins, apesar de não ter conquistado qualquer medalha ou o diploma olímpico.

Aos 28 anos, a atleta natural do Porto não foi além do 20.º lugar em 24 classificadas. No entanto, ao estar presente na final da modalidade, Filipa Martins tornou-se na melhor ginasta portuguesa de sempre - algo que já tinha sido confirmado com a presença na final. Com isto, superou a sua melhor classificação (que era também a melhor marca nacional), um 37.º lugar no Rio de Janeiro, em 2016.

Numa prestação que aqui e ali não correu como desejaria, com algumas falhas (no cavalo, por exemplo, a pontuação foi mais fraca em relação à qualificação do fim de semana passado), a melhor nota viria nas barras paralelas assimétricas, onde conseguiu obter 13,566 pontos.

José Sena Goulão / Lusa

A própria Filipa Martins reconheceu que a tarefa era difícil. No final da qualificação para a final, a ginasta portuense apontava, de forma emocionada, que estar a competir entre as 24 melhores já era a sua “medalha pessoal”. E reconhecia então que tinha feito algo que nunca tinha imaginado “fazer na vida, na ginástica portuguesa”. “Estou superorgulhosa do nosso trabalho”, apontava.  

Este é outro dos registos históricos que Filipa Martins junta ao seu palmarés, depois de ser a primeira e única portuguesa até agora a chegar a uma final por aparelhos (paralelas assimétricas, 8ª) em mundiais de ginástica, em Kitakyushu (Japão), em 2021, ano em que também chegou pela primeira vez a uma final all-around (7ª).

Após a final, Filipa Martins afirmou que competir numa final dos Jogos Olímpicos é um "sonho realizado", "um objetivo que queria ter cumprido há muito tempo" e entrar na arena para a prova desta quinta-feira foi "espetacular".

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