Rúben Vezo, David Carmo, Chiquinho, André Horta, João Carvalho, Gelson Martins e Podence. O que têm em comum estes sete jogadores portugueses? São todos futebolistas do Olympiacos e esta quarta-feira (20.00, SIC) podem conquistar a Liga Conferência, caso vençam a Fiorentina na final que se realiza em Atenas, na Grécia, e que será apitada por... Artur Soares Dias..Se, em tempos, o Wolverhampton foi o clube estrangeiro da Europa com mais portugueses - chegaram a ser mais de 10 -, atualmente esse epíteto pertence ao Olympiacos. São sete, mas podiam ser mais, pois o clube de Istambul chegou a ter esta época como treinador Carlos Carvalhal e Pedro Alves como diretor desportivo. Ambos saíram em fevereiro, mas a comunidade portuguesa de jogadores ficou..A maioria chegou no mercado de janeiro, precisamente a pedido de Carvalhal. Foram os casos de David Carmo (cedido pelo FC Porto), André Horta (emprestado pelo Sp. Braga), Chiquinho (a custo zero do Benfica) e Rúben Vezo (ex-Levante). Mas já lá estavam desde o início da época João Carvalho, Gelson Martins e Podence (o Melhor Marcador da equipa com 15 golos)..Mas as afinidades a Portugal não se ficam por aqui, porque no clube do Pireu há outros jogadores que, apesar não terem nacionalidade portuguesa, atuaram no nosso país, casos de Jovane Cabral e Sotiris (ambos cedidos pelo Sporting) e ainda Fran Navarro (ex-FC Porto)..Esta será a primeira final europeia de sempre do Olympiacos, o clube grego com mais títulos nacionais conquistados (um total de 47). Na Grécia, até hoje, apenas o Panathinaikos tinha atingido uma final da UEFA - a Taça dos Campeões Europeus, em 1970-71, perdida diante do Ajax..“Ganhar esta final seria algo incrível. Ficaríamos na história do Olympiacos e do futebol grego. Sabemos que será muito difícil contra uma equipa italiana que compete ao mais alto nível, mas nunca se sabe numa final”, referiu o treinador espanhol José Luis Mendilibar, de 62 anos, o sucessor de Carlos Carvalhal que no ano passado venceu a Liga Europa pelo Sevilha e quer esta noite somar mais uma conquista europeia..Curiosamente, esta final surge cerca de um mês depois de o clube grego ter feito história nas camadas jovens, ao conquistar a Youth League (a Champions dos juniores), depois de deixar o FC Porto nas meias-finais e ter batido o AC Milan no jogo decisivo..Caminhos até à final.O Olympiacos, que terminou o Campeonato Grego no terceiro lugar, começou a campanha europeia na Liga Europa, mas o terceiro lugar no Grupo A relegou os helénicos para o play-off da terceira prova continental, no qual afastou o Ferencvárosi com dois triunfos (1-0)..Nos oitavos-de-final, protagonizou uma das eliminatórias mais sensacionais da temporada, ao golear o Maccabi Tel Aviv por 6-1, após prolongamento, depois de ter perdido em casa por 4-1. Nos quartos, apurou-se no desempate por grandes penalidades frente ao Fenerbahçe (3-2 e 0-1), e, nas meias-finais, bateu com inesperada facilidade o Aston Villa, por 4-2 e 2-0..Os sete jogadores portugueses do emblema do Pireu podem esta noite adicionar no palmarés a primeira taça europeia. Refira-se que esta prova, a terceira em termos de importância da UEFA, foi criada em 2021-22 e ganha pela primeira vez pela AS Roma de José Mourinho (bateu o Feyenoord na final). Quem vencer já sabe que tem entrada direta na Liga Europa da próxima época..A Fiorentina surge como favorita, até por estar mais habituada a estas andanças europeias, ainda que, das cinco vezes em que atingiu o jogo decisivo, apenas numa conseguiu erguer o troféu, na época 1960/61, ao impor-se aos escoceses do Glasgow Rangers na edição inaugural da extinta Taça dos Vencedores de Taças..O mais recente insucesso da formação treinada por Vincenzo Italiano aconteceu há um ano, precisamente nesta prova, frente aos ingleses do West Ham, que se im- puseram por 2-1 na final disputada em Praga..Além dos sete portugueses, haverá mais um dentro do campo, neste caso Artur Soares Dias. Esta será a quinta final europeia de clubes com árbitros portugueses, depois de António Garrido e Pedro Proença terem dirigido os jogos decisivos da Liga dos Campeões de 1979/80 e 2011/12, respetivamente, e de Vítor Pereira ter arbitrado a final da Taça UEFA de 2001/02 e a Supertaça Europeia de 2001..nuno.fernandes@dn.pt