Roger Schmidt espera um FC Porto com o nível apresentado na Liga dos Campeões
O treinador do Benfica, Roger Schmidt, disse este sábado que espera um FC Porto ao nível da Liga dos Campeões e que os dois últimos triunfos desta temporada não significam nada para o clássico da I Liga de futebol.
"Já jogámos duas vezes esta época e conhecemo-los bem, mas também sabemos que é sempre difícil jogar contra eles. Não é por vencer as duas vezes que vamos vencer este. O FC Porto mudou um bocado a formação e a abordagem. Se analisarmos taticamente, são uma equipa muito compacta, boa a defender e em momentos de transição, alerta a ganhar segundas bolas e a tentar atacar o espaço com os seus avançados", observou.
Em conferência de imprensa de antevisão ao duelo, Roger Schmidt salientou que jogar consecutivamente com Sporting e FC Porto, na mesma semana, "são os dois jogos mais difíceis" que as 'águias' podem ter, mas tudo farão para recuperar e estarem prontos.
"Sabemos que é difícil jogar no Porto e é um jogo importante para as duas equipas. O FC Porto mostrou qualidade nas últimas semanas, sobretudo na Liga dos Campeões. É esse nível que esperamos amanhã [domingo], mas daremos o nosso melhor", apontou.
Para obter o triunfo, Roger Schmidt expressou o que o Benfica necessita de ter durante o duelo, considerando ainda que a pressão portista em aproximar-se das duas posições cimeiras "não é decisiva" e as bancadas não terão influência no decurso desta partida.
"Não é fácil criar oportunidades contra eles e temos de estar muito organizados, pois eles estão sempre à procura de espaços abertos. É diferente jogar em casa ou campo neutro do que no estádio deles. Têm o fator casa, mas estamos prontos para lutar 90 minutos para obtermos o melhor resultado possível", ressalvou o treinador germânico.
Nos últimos jogos, Roger Schmidt tem optado por um ataque móvel, sem um ponta de lança raiz, numa fase em que Arthur Cabral estava a entrosar-se com as dinâmicas da equipa, Tengstedt regressou de lesão e Marcos Leonardo ainda não foi opção a titular.
"A minha tarefa não é dar minutos a jogadores apenas porque fizeram golos. Sem eles, fizemos seis golos contra o Vizela e quatro com o Portimonense. Não temos problemas em marcar golos. Todos os avançados podem marcar e não tenho dúvidas disso, mas, para mim, não é decisivo e os jogadores têm de o aceitar. Depende deles mostrar que têm o pacote completo, taticamente, envolvidos na pressão e também nas transições defensivas e ofensivas. Para jogar no Benfica, não é suficiente marcar golos", alertou.
Roger Schmidt comentou ainda a publicação feita por Di María nas redes sociais, a propósito do dérbi lisboeta disputado na quinta-feira, na qual o extremo dos 'encarnados' afirmou que "ficou à vista de todos o que se passou" e que o Benfica está "sozinho contra todos", o que foi interpretado pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) como críticas à atuação do juiz.
"Consigo perceber e acho que o árbitro merece ser criticado. Tomou uma má decisão, pois marcámos um golo claro e ninguém me consegue convencer de que foi irregular. A ideia do futebol não é encontrar razões para anular golos. A ideia é marcar golos. Foi um golo bonito e decisivo e, portanto, é uma pena que o árbitro tenha cometido este erro. Mudámos o momento do jogo e é uma pena também para os adeptos, pois seria muito interessante ver o que acontecia no jogo se o golo tivesse sido validado", atirou.
Os 'leões' estiveram a vencer por 2-0, através dos golos de Pedro Gonçalves, aos nove minutos, e Gyökeres, aos 54, mas o Benfica reduziu por intermédio de Aursnes, aos 68, antes de Di María ter um golo anulado com recurso ao videoárbitro (VAR), a entender que Tengstedt, fora de jogo, interfere na visão do guarda-redes 'leonino' Franco Israel.
Para além dessa situação, na qual Roger Schmidt voltou a exprimir a sua opinião, o treinador alemão lembrou ainda uma situação de grande penalidade assinalada a favor do Sporting, numa queda de Edwards no interior da área, sem ninguém lhe ter tocado, que entretanto foi revertida pelo VAR devido a um fora de jogo no decurso da jogada.
"Toda a gente viu o que se passou na situação do penálti. O árbitro quis dar o penálti. Foi embaraçoso o que aconteceu na área. O jogador do Sporting não teve respeito ao tentar fazer batota com o penálti, mas também foi embaraçoso que o árbitro quisesse dar este penálti. O nível dos árbitros e das decisões tem de ser diferente neste tipo de jogos grandes. Neste jogo, a arbitragem não esteve ao mais alto nível e compreendo a 100% que o Ángel Di María não esteja contente com a decisão", concluiu o germânico.
Fora os casos polémicos de arbitragem no dérbi, Roger Schmidt apontou que, apesar de as 'águias' terem saído derrotados da partida, viu "muita qualidade e mentalidade": "Estando a perder 2-0, ser capaz de regressar ao jogo e marcar golos mostra que esta equipa acredita sempre em si mesma, sobretudo nos momentos mais complicados".
O líder Benfica, com 58 pontos, visita no domingo o FC Porto, terceiro, com 49, a partir das 20:30, em clássico da 24.ª jornada da I Liga portuguesa, no Estádio do Dragão, no Porto, que conta com arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.