Real-Barcelona. O título passa hoje pelo maior clássico do mundo
Real Madrid e Barcelona chegam ao clássico de hoje (20.00, Eleven Sports) no Bernabéu com sentimentos diferentes. Os blancos na liderança do campeonato e motivados pela passagem às meias-finais da Champions a meio da semana após baterem o City; os culés a fazer contas e ainda a sarar as feridas da eliminação diante do PSG. Estados de espírito à parte, o jogo deste domingo pode ser decisivo para as contas do título.
As contas são muito simples. O Real Madrid é líder da liga espanhola com 78 pontos, mais oito do que o rival da Catalunha. Uma vitória deixará por isso os blancos com uma margem confortável de 11 pontos e praticamente com o título no bolso. O empate também é um bom resultado para a equipa de Carlo Ancelotti, mas uma derrota pode relançar de alguma forma o campeonato, pois a diferença é encurtada para cinco pontos.
Há vários dados que jogam a favor do Real Madrid. Não só porque é líder e tem uma margem confortável, mas porque a equipa a jogar em casa tem sido uma autêntica fortaleza. Esta época ainda não perdeu qualquer jogo na qualidade de visitada e a última derrota aconteceu há mais de um ano – a 8 de abril, por 2-3, na receção ao Villarreal.
Mas aquele que é considerado o maior clássico do mundo (há quem defenda que é o River-Boca, da Argentina), que tem uma história centenária recheada de glórias, tristezas e polémicas (quem não se lembra da cabeça de leitão atirada a Figo), é um duelo de resultado imprevisível. Prova disso é o facto de o Barcelona nas últimas 10 visitas ao rival ter ganho cinco – o Real venceu outras cinco. O último triunfo dos blaugrana na capital espanhola aconteceu na penúltima visita (março de 2023), nas meias-finais da Taça do Rei, com um golo de Militão na própria baliza.
Esta rivalidade entre os dois maiores clubes de Espanha vem desde sempre (o primeiro clássico remonta a 13 de maio de 1902) e extravasa o campo desportivo, tendo sempre existido um sentimento regionalista e de cariz político nesta disputa, relacionada com o facto de o Real ter sido sempre um clube associado à realeza e ao poder centralizador, enquanto o Barcelona representa o povo catalão e o desejo de independência. Algo que ainda hoje se sente.
Este será o último clássico de Xavi, histórico jogador do Barcelona que já anunciou que vai deixar de ser treinador do clube no final da temporada. Ele que esta época, já por mais do que uma vez, deixou no ar suspeitas de que o Real Madrid é beneficiado pelas arbitragens – “os árbitros entram em campo já condicionados”.
Xavi, que pegou no Barcelona em novembro de 2021, tem um histórico de nove confrotos contra o Real Madrid – venceu quatro, perdeu cinco. Curiosamente, tem uma Supertaça de Espanha ganha ao rival (2023) e outra perdida (já no início deste ano). Já Carlo Ancelotti, nas duas passagens pelo banco do Real, defrontou por 15 vezes o Barcelona – ganhou oito e perdeu sete. Um grande equilíbrio, como se pode constatar.
Para o Real, uma vitória significa praticamente o encomendar das faixas e a conquista de um título que lhe fugiu no ano passado precisamente para o Barcelona. Refira-se que nos últimos 20 anos, apenas duas equipas foram capazes de furar o domínio de Real e Barcelona em Espanha na liga espanhola – o Atlético Madrid por duas vezes (2013-14 e 2020-21) e o Valência (2003-04).
O plantel do Real Madrid, de acordo com as contas do portal transfermarkt, é mais valioso do que o do Barcelona – está avaliado em 1,04 mil milhões de euros e o dos catalães em 839,5 milhões de euros. Os jogadores do Real Madrid com maior valor de mercado são Jude Bellingham (180M), Vinícius Júnior (150M), Valverde e Rodrygo (100M). No plantel do Barcelona, que conta com os portugueses João Félix e João Cancelo, os mais valiosos são Gavi (90M), Pedri (80M) e Yamal (75M).