Quem sucede a Blatter na casa-forte do futebol?

O xeque Salman, do Bahrein, e o suíço Gianni Infantino são os favoritos. Mas além de um presidente há um pacote de reformas fundamentais para aprovar em Zurique
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Nove meses depois daquela semana tumultuosa marcada pelas detenções de vários dirigentes nos seus luxuosos quartos de hotel, em plena madrugada, Zurique volta a receber amanhã um congresso eleitoral da FIFA para escolher o sucessor de Joseph Blatter - o histórico dirigente suíço que não resistiu à onda de corrupção que quase fez ruir a casa-forte do futebol.

Agora, naquele que é provavelmente o mais importante congresso extraordinário da história do organismo fundado em 1904, há cinco candidatos a liderar o que se espera ser uma nova era da FIFA, mais transparente e democrática. O xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa, do Bahrein, e o ítalo-suíço Gianni Infantino apresentam-se como favoritos frente ao príncipe Ali bin Hussein da Jordânia, que volta a apresentar--se depois da derrota para Blatter em maio de 2015 (e ontem viu recusado pelo TAS o pedido de suspensão das eleições), ao francês Jérôme Champagne e ao sul-africano Tokyo Sexwale.

O apoio africano e asiático colocam o xeque Salman na frente das apostas, apesar das acusações que o rodeiam (desrespeito dos direitos humanos no Bahrein e suspeitas de compras de voto na Confederação Asiática de futebol, da qual é presidente). Infantino, que substitui Michel Platini (viu ontem reduzida para seis anos a sua suspensão, tal como Blatter) nesta corrida eleitoral, acolhe o apoio sul-americano e da UEFA - terá o voto da FPF, que também vai a eleições a 4 de junho, com recandidatura de Fernando Gomes.

O universo de 207 votos (Koweit e Indonésia estão suspensos) está assim dividido: de África votam 54 federações, da UEFA 53, pela Ásia votam 44, pela Concacaf (América do Norte, Central e Caraíbas) 35, da Oceânia 11 e pela América do Sul 10. Se algum candidato obtiver dois terços dos votos (138) à primeira volta, ganha desde logo. Caso contrário, basta uma maioria simples (104) nas rondas seguintes.

Antes da eleição, no entanto, há algo tão ou mais importante para aprovar: um pacote de reformas que, entre outras coisas, limita o exercício de cargos a um máximo de 12 anos.

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