Primeira fase do ataque ao título concluída com honra e distinção

Líder Benfica teve um osso mais duro de roer do que se esperava, mas resistência do Gil não aguentou a dinâmica dos encarnados, que chegam à pausa com oito pontos de vantagem.
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Sem surpresa, o Benfica cumpriu com honra e distinção mais uma jornada da Liga, chegando assim à pausa de seis semanas a que o Mundial obriga com oito pontos de avanço na frente da prova. Este domingo, a "vítima" foi o Gil Vicente, vergado ao peso de uma derrota honrosa (3-1), até pela forma como se apresentou na Luz. Mas a dinâmica ofensiva (menos exuberante do que o costume) e a segurança defensiva dos encarnados impediu que os gilistas complicassem a sua missão. Segue-se a Taça da Liga, antes de uma viagem a Braga servir para retomar a prova principal.

Perante um adversário em plena crise de resultados, Roger Schmidt não quis facilitar e apresentou aquele que foi o seu onze preferido até Aursnes estar em condições de avançar para a titularidade - com a lesão do norueguês, o técnico benfiquista ficou com a missão facilitada. Gonçalo Ramos voltou depois de um pequeno problema físico, naquela que foi a única alteração em relação à equipa que bateu o Estoril para a Taça. Do outro lado, Carlos Cunha, que sucedeu a Ivo Vieira no comando gilista, teve de passar sem os castigados Lucas Cunha e Kevin Medina, expulsos durante a semana, além de Pedro Tiba, que tocado cedeu a sua vaga no meio-campo a Matheus Bueno.

Apesar da grande diferença entre os dois conjuntos, o Gil entrou descomplexado na Luz, tentando chegar à baliza de Vlachodimos com algum atrevimento mas esbarrando sempre na competência dos defesas encarnados. Descontraídos, os jogadores do Benfica foram aproveitando os espaços e não demoraram muito a chegar à vantagem: Rúben Fernandes derrubou Rafa na área e, aos nove minutos, João Mário não perdoou, fazendo o 1-0 e mantendo o registo impecável na marcação de grandes penalidades esta época.

O golo madrugador não alterou a disposição das equipas, que continuaram no mesmo ritmo. O Benfica esteve perto de chegar ao segundo, num belo lance coletivo, mas o remate de Enzo Fernández saiu um pouco por cima (15'). E, inesperadamente, acabou por ser o Gil a marcar, também da marca dos 11 metros. Um toque de cabeça de Fran Navarro foi desviado pelo braço de Otamendi e o goleador espanhol não desperdiçou a hipótese, enganando o guardião grego e fazendo o 1-1 (17').

Se pouco depois Rafa, num remate cruzado que Kritciuk defendeu com a ponta dos dedos (23'), quase fazia o 2-1, a verdade é que os visitantes continuaram a discutir o jogo pelo jogo. Ainda que sem grandes soluções na zona de decisão, o Gil Vicente tinha, pouco depois da meia hora, mais posse de bola (51% contra 49%), embora ficasse sempre a sensação que, mais lance menos lance, o jogo voltaria a pender para o líder da Liga. E assim foi: aos 36", Rafa descobriu Neres solto na direita, este meteu a bola ao segundo poste e Gonçalo Ramos só teve de empurrar para o fundo do baliza, fazendo o 2-1, somando o seu oitavo golo na prova e igualando Navarro na liderança da lista dos melhores marcadores.

Até ao intervalo, e tendo sempre Enzo Fernández como o farol de todas as movimentações, o Benfica esteve finalmente no controlo total dos acontecimentos, não voltando a permitir que os nortenhos continuassem a roubar a bola e a sair em construções bem elaboradas.

No segundo tempo, o Gil entrou novamente atrevido (mas sempre inofensivo), mas o Benfica acabou por matar cedo qualquer pretensão que da equipa de Carlos Cunha. Aos 53", um cruzamento de Enzo apanhou Gonçalo Ramos sem marcação e o avançado cabeceou para o 3-1, de nada valendo a estirada do guardião russo, isolando-se assim na liderança dos artilheiros. Entretanto, a chuva prevista fez a sua aparição, tornando o relvado ainda mais rápido e os técnicos começaram a dança das substituições. O resultado acabaria por não sofrer mais alterações, embora o Benfica ainda desperdiçasse duas ou três boas ocasiões para o fazer, incluindo um remate ao poste de Neres. Mas o objetivo principal estava conseguido e Schmidt somou o 25º jogo sem derrotas: só tem John Mortimore, Jimmy Hagan (ambos com 26) e Béla Guttamann (31) à sua frente.

dnot@dn.pt

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