Vencer esta super Suécia só mesmo nos melhores sonhos das portuguesas
Terminou o sonho da seleção portuguesa no Campeonato da Europa de futebol feminino e de forma dura, após ser goleada pela Suécia, por 5-0. A tarefa de atingir os quartos-de-final não era nada fácil, pois pela frente, na terceira e última jornada da fase de grupos, estava "apenas" a equipa que ocupa o segundo lugar no ranking da FIFA (e o primeiro entre as seleções europeias). Apesar de ter feito uma boa figura na competição, a equipa das quinas terminou o seu grupo com apenas 1 ponto, quando há quatro anos, na sua estreia numa fase final do Europeu, tinha feito 3, fruto de uma vitória com a Escócia e de derrotas com Espanha e Inglaterra. E, refira-se, num grupo bastante parecido, com dois colossos - Espanha e Inglaterra, há cinco anos, Países Baixos e Suécia, este ano - e um rival mais acessível (Escócia em 2017 e Suíça em 2022, rival diante do qual Portugal conquistou o seu ponto).
Realisticamente, era muito difícil fazer melhor com a Suécia e com os Países Baixos, mas Portugal deve lamentar-se da forma como entrou a perder por 0-2 com a Suíça, indo depois atrás do prejuízo e não conseguindo melhor do que um empate, diante de uma equipa que estava ao seu alcance.
Depois de ter feito alinhar o mesmo onze nos dois primeiros jogos deste Europeu, Francisco Neto fez entrar a guarda-redes Patrícia Morais para o lugar de Inês Pereira e Kika Nazareth em vez de Joana Marchão, com Ana Borges a recuar para o lado esquerdo da defesa.
A Suécia começou com todo o gás e aos 4 minutos Kosovare Aslanni obrigou Patrícia Morais a brilhante intervenção, com uma saída destemida. Após 10 minutos iniciais com forte pressão escandinava, a equipa das quinas conseguiu começar a "respirar" e aos 10' Catarina Amado cruzou com perigo, mas ninguém conseguiu desviar para a baliza. Um lance que começou numa excelente abertura de Kika Nazareth, que pouco depois lançou Ana Borges no flanco direito, em mais um bom lance do ataque luso. Logo a seguir, Portugal esteve mesmo pertíssimo de inaugurar o marcador, num remate de Carole Costa, na sequência de um pontapé de canto.
As suecas parecem ter ficado "espicaçadas" com esta ocasião portuguesa e rapidamente voltaram as perigosas "vagas de ataque" junto da baliza de Patrícia Morais em várias ocasiões. Por isso, não foi surpreendente quando aos 22' Filippa Angeldal inaugurou o marcador, em mais um golo sofrido por Portugal na sequência de uma bola parada, num lance em que Patrícia Morais afastou a bola para a frente, na direção de Angeldahl. E como sucedeu nos dois primeiros jogos, a formação orientada por Francisco Neto entrava a perder.
Aos 30 minutos, Johanna Rytting protagonizou entrada duríssima sobre Catarina Amado, que depois de quatro minutos a receber assistência médica, teve de ser substituída por Joana Marchão, que entrou para defesa esquerdo, com Ana Borges a derivar para o lado direito. Foi uma forma muito triste para Amado terminar o Europeu, ela que foi a jogadora portuguesa com melhor rendimento na prova.
Até ao final da primeira parte manteve-se o domínio das suecas, que aos 42' tiveram um golo anulado, mas logo a seguir surgiu o 2-0, novamente por Filippa Angeldahl e outra vez na sequência de um lance de bola parada. O domínio das nórdicas era sufocante, com Kosovare Asllani - experiente avançado de 32 anos que se transferiu para o AC Milan, após duas temporadas no Real Madrid - a mostrar que é uma futebolista de outra dimensão. O intervalo seria mesmo a melhor notícia para Portugal nesta primeira parte, só que ainda houve tempo para a central Amanda Ilestedt aumentar para 3-0. Era altura de descansar alguns minutos, ouvir as indicações de Francisco Neto e reentrar em força em campo, dando outra imagem.
No entanto, pouco se modificou na segunda parte, tal a diferença de andamento entre as duas equipas, com a Suécia a deixar bem claro que é uma das grandes candidatas a vencer este Campeonato da Europa. O 4-0 apareceu com toda a naturalidade aos 54', pela estrela da companhia Kosovare Asllani, de grande penalidade, a castigar mão na bola de Diana Silva.
Aos 59' Francisco Neto fez entrar Kika Nazareth e Dolores Silva para os lugares de Fátima Pinto e Andreia Faria. Logo a seguir surgiu mais um golo de bola parada para as escandinavas, mas o lance foi anulado, após intervenção do VAR.
Até ao final manteve-se o domínio sueco, mas aos 76' Andreia Norton teve nos pés a possibilidade de fazer o golo de honra português. E ainda houve tempo para o 5-0, por Stina Blackstenius, em período de descontos.
Após o 2-2 com a Suíça e o 2-3 com os Países Baixos, Portugal caiu face aos tentos de Filippa Angeldal (21 e 45 minutos), Carole Costa (45+7, na própria baliza), Kosovare Asllani (54, de penálti) e Stina Blackstenius (90+1).
As suecas qualificaram-se como vencedoras do agrupamento, com sete pontos, os mesmos dos Países Baixos, que também seguem para os 'quartos', depois de vencerem por 4-1 a Suíça, terceira, com um ponto, à frente de Portugal, quarto, também com um.