Pinto da Costa sobre Fernando Madureira: "Tenho boa relação, admiro-o"
Pinto da Costa assumiu esta terça-feira, em entrevista à SIC, que tem uma admiração pelo líder dos Super Dragões, Fernando Madureira.
"Sou amigo de quem sou, sei com quem conto. Não tenho amizade especial com Fernando Madureira, não é meu parceiro de todos os dias. Tenho boa relação, admiro-o, porque se formou, fez o seu curso", afirmou, rejeitando a alegação de André Villas-Boas sobre uma guarda pretoriana no FC Porto.
"O que existe no FC Porto que e o que eles se referem é uma claque, que tem os mesmos comportamentos de, porque falou nele, quando o André Villas-Boas era treinador do FC Porto. E sempre os treinadores e jogadores vão cumprimentar a claque no fim dos jogos. Então nessa altura não era guarda pretoriana? Tem-se atacado os Super Dragões. Fora dos jogos são como os outros, têm os mesmos direitos", vincou.
"O relacionamento entre a minha direção e qualquer direção com uma claque é o normal. Em primeiro lugar, nos jogos fora do FC Porto, se não fosse a claque, estávamos sempre a jogar sozinhos. Contra o resto. Mas algum associado foi intimidado nos jogos do FC Porto? Não conheço nenhum que se tenha queixado. O que lhe posso garantir é que até este momento, em todas as visões dos acontecimentos, não há nenhum Super Dragão", acrescentou, sobre os desacatos na Assembleia Geral dos dragões.
Pinto da Costa assumiu ainda que foi "muito desagradável" ver "sócios contra sócios" nas bancadas do Dragão Arena. "O que tenho é a dizer é o que todos sentem. Foi um momento muito desagradável, muito mau mesmo. Ver sócios contra sócios... Tenho que lamentar tudo o que aconteceu e já tomámos todas as providências para que não se volte a repetir na próxima Assembleia Geral. Estão a decorrer dois inquéritos, um nosso e outro do Ministério Público, para se apurar os mais responsáveis por aquilo que se passou. Agora resta aguardar calmamente", afirmou, alegando que "houve incitamento" nas redes sociais "para que as pessoas viessem em grupos, se colocassem nos cantos e filmassem tudo o que pudessem".
"Não vou dizer que são os principais responsáveis, porque me estaria a antecipar aos inquéritos. Houve fatores, através das redes sociais houve incitamento para que as pessoas viessem em grupos, se colocassem nos cantos e filmassem tudo o que pudessem. Não percebi a intenção. Cá em baixo [no Dragão] o problema era haver gente a mais. Tínhamos uma alternativa aqui, plano C [pavilhão] só apareceu na altura. Houve uma afluência anormal e tivemos que ir para o pavilhão, que era última hipótese", acrescentou.
Sobre André Villas-Boas, confessa que falou com o antigo treinador do FC Porto "umas três vezes" desde que o antigo adjunto de José Mourinho orientou os dragões e admitiu ter ficado "admirado" e "surpreendido". "Uma a entregar Dragão de Ouro. Ele já me ofereceu um relógio, que até é bonito... A última vez que o vi foi numa altura má, no funeral do Fernando Gomes. Daí para cá nunca mais o vi. Não reajo [às declarações dele]. Ele é que sabe. Surpreende-me mas não comento. Presumo que o intuito seja candidatar-se à presidência do FC Porto, tem todo o direito. Presumo que tenha quotas em dias. Mas não quero comentar. Mágoa não vou dizer. Fico admirado, agora mágoa é quando nos morre alguém querido. Fico surpreendido, mas não comento. Tem direito como qualquer sócio com quotas em dia", afirmou.
Sobre as contas da SAD portista, Pinto da Costa diz que estariam "equilibradas" se a venda de Otávio ao Al Nassr por 60 milhões de euros tivesse sido consumada antes e realça que o "objetivo também é desportivo". "Os outros venderam jogadores, ganharam dinheiro, quantos pontos têm na Champions? Zero. Nós estamos a uma vitória de estar nos oitavos da Champions. Por isso não vendemos jogadores que nos quiseram comprar, vários... E não vendemos", vincou, numa alfinetada ao rival Benfica.
Ainda assim, justificou os capitais próprios negativos. "Os encargos subiram muito desde 2015. Os jogadores hoje em dia ganham muito mais, é uma diferença abismal. Cada vez há mais concorrência, agora com o mundo árabe. Não é para nós uma preocupação. Em dezembro os capitais próprios vão estar, se não positivos muito perto disso. O que me importa é que o Sérgio Conceição desde que veio tem 10 títulos no museu. Os sócios que vão ao museu vão ver as taças, não os capitais que são negativos. Isso é uma arma de arremesso. Estivemos em fair play financeiro e já não estamos. Pudemos apresentar este prejuízo em acordo com a UEFA, eles sabem quais são os nossos planos até ao fim do ano. No final do ano é que temos de apresentar as contas à UEFA. A nossa aposta é desportiva. Nós demos preferência ao aspeto desportivo. Naturalmente controlado, para quando tivemos de apresentar contas à UEFA, em dezembro, apresentarmos contas positivas", afirmou, admitindo que o processo eleitoral atrapalha a renovação de Sérgio Conceição.
"O senhor acha que alguém que trabalhe num clube como FC Porto, seja treinador ou advogado, vai renovar sem saber quem vai ter a dirigi-lo? Eu não assinava.Só pergunto se alguém que tenha contrato que acaba para lá do meu mandato, vai assinar? Eu não assinava, ele não sei. O doutor Nuno Lobo, único candidato, devia contactar o Sérgio Conceição e perguntar se já está disponível a renovar se for ele o presidente", afirmou.