Pimenta comanda seleção num duro teste com medalhas em vista
Começa amanhã o mais duro teste à reinvenção da canoagem portuguesa, neste princípio do ciclo olímpico de Tóquio 2020. Fernando Pimenta - bicampeão europeu de K1 1000 metros e duplo medalhado nos campeonatos continentais do mês passado - comanda uma seleção nacional com a ambição de chegar a finais e lutar por medalhas, nos Mundiais da modalidade, que decorrem em Racice (República Checa), até domingo.
"Este é o ciclo da maturidade da canoagem portuguesa. Os Europeus deram-nos excelentes indicadores, com três pódios (ouro em K1 1000 e prata em K1 5000, para Fernando Pimenta, e prata para Joana Vasconcelos e Francisca Laia, em K2 200). Agora, vamos com perspetivas de chegar a finais e lutar por medalhas", aponta, ao DN, o presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix.
A ambição da comitiva nacional é clara, ainda que esta seja uma fase de experiências, a pensar no apuramento para os Jogos Olímpicos (que só se disputa em nos Mundiais de 2019). A seleção passou por uma reformulação, devido às alterações no programa de disciplinas presentes nos Jogos Olímpicos - Fernando Pimenta compete apenas como individual, o K4 masculino recebeu David Varela e virou-se para os 500 metros, Teresa Portela voltou à equipa feminina e Hélder Silva também se viu obrigado a trocar de distância. E agora é tempo de afinar estratégias. "Estes são os primeiros Mundiais do ciclo olímpico de Tóquio 2020. Até 2018 vamos fazer experiências, para em 2019 atacar o apuramento olímpico com bons barcos e chegar em boas condições a Tóquio 2020", esclarece o líder federativo.
Vítor Félix prefere "não vaticinar medalhas" nem apontar os favoritos portugueses a lutar por pódios - "embora as maiores potências da modalidade sejam europeias, uma coisa são uns Europeus, outra são os Mundiais; o nível competitivo é diferente", sublinha. Mas, a encabeçar a comitiva de 13 atletas - repartidos por 11 embarcações diferentes -, está, claro, Fernando Pimenta.
O canoísta limiano, bronze em K1 1000 nos últimos Mundiais (Milão 2015), parte à procura do seu primeiro título na competição. "Está em grande nível, é bicampeão da Europa e será sempre um candidato", anui o presidente da federação.
No entanto, as esperanças para aumentar o medalheiro nacional (um ouro, duas pratas e três bronzes nas edições anteriores) vão bem para lá de Pimenta - que também participa na "maratona" de K1 5000 (distância não-olímpica, onde é vice-campeão europeu). Emanuel Silva e João Ribeiro voltam a competir em K2 500, a prova em que foram campeões do mundo em 2013 e da qual tiveram de abdicar nos últimos Europeus (por incompatibilidade de horário com K4 500). E "também são candidatos a ter em conta", explica Vítor Félix.
Depois, há a renovada embarcação masculina K4 - agora a competir na distância de 500 metros e com Emanuel Silva como voga , "que deixou boas impressões" na estreia internacional, nos Europeus (6.º lugar). E o K4 500 feminino - que, desta vez, tem a sub-23 Márcia Aldeias ao lado de Joana Vasconcelos, de Francisca Laia e da regressada Teresa Portela. "Até 2018, o mais importante é fazer estes testes. Por isso, levámos a Maria Cabrita aos Europeus e a Márcia aos Mundiais", esclarece o líder federativo, que tem "renovadas esperanças" no contingente feminino. Contudo, desta vez, a dupla Vasconcelos/Laia, medalhada em K2 200 nos Europeus, vai apostar antes na prova de K2 500, que é distância olímpica.
Nas canoas, a nova equipa - Hélder Silva ao lado de Nuno Silva, em C2 1000 - "deixou boa imagem" nos Europeus e "terá de ser levada em consideração". Já as juniores Beatriz Barros e Márcia Faria vão para "ganhar experiência internacional", numa variante que ainda "está a dar os primeiros passos em Portugal" (depois de ter entrado para o programa olímpico). De resto, esta será mais uma oportunidade de aprendizagem para os portugueses, com a edição de 2018 em vista. No próximo ano, pela primeira vez, os Mundiais seniores vão realizar-se em Portugal, em Montemor-o-Velho.